O Facebook está desenvolvendo um site chamado Facebook at Work para ter presença nos escritórios. O novo site permitirá que a rede social de mais de 1 bilhão de pessoas concorra diretamente com o Google, a Microsoft e o LinkedIn.
Segundo fontes próximas ao assunto, a ideia é que o novo produto permita aos usuários conversar com colegas e contatos profissionais, além de colaborar na elaboração de documentos, disputando espaço com o Google Drive e o Microsoft Office.
O novo site terá aparência semelhante à do Facebook, com um feed de notícias e grupos, mas possibilitará a manutenção de um perfil pessoal com fotos de férias, libelos políticos e vídeos debochados separadamente do trabalho. O Facebook preferiu não comentar.
Os funcionários do Facebook usam o site há muito tempo em seu trabalho diário e a expansão desse uso para outras empresas é discutida há algum tempo. O projeto começou, seriamente, nos últimos 12 meses, e está sendo testado em empresas à medida que seu lançamento se aproxima. Parte dos engenheiros responsáveis pelo desenvolvimento do Facebook at Work são lotados em Londres.
O novo produto poderá abocanhar participação de mercado do LinkedIn, a rede social para profissionais que tem 90 milhões de usuários mensais. O LinkedIn se tornou o principal site para redes online de negócios, mas o Facebook at Work poderá desafiar também o serviço de armazenamento Google Drive e seus produtos de e-mail e bate-papo, além do serviço de e-mail Outlook, o software Office e o Yammer da Microsoft, rede social empresarial adquirida por US$ 1,2 bilhão em 2012.
Mais tempo
Para se tornar parte essencial da vida empresarial, o Facebook terá de conquistar a confiança das companhias – elas precisam trocar informações pelo site sem correr o risco de o conteúdo cair nas mãos de rivais. Muitas empresas, preocupadas com a queda da produtividade de funcionários que gastam tempo checando mensagens pessoais e fofocas pela internet, eliminaram o acesso ao Facebook no local de trabalho.
A empresa, que muitas vezes é criticada pelo tratamento que dá a dados de usuários, tenta reconstruir sua reputação na área de privacidade, mudando o padrão para uma configuração mais restrita.
A segurança do Facebook foi reforçada pela adoção de uma criptografia como padrão no ano passado, depois que os vazamentos de Snowden acenderam o alerta para o grau de facilidade com que a Agência Nacional de Segurança (NSA, nas iniciais em inglês) conseguia acessar informações de grande número de usuários.
A empresa não cobrará pelo serviço, ao menos inicialmente, o que deve aumentar o tempo gasto na plataforma, já que funcionários antes privados de acesso ao site poderão ser estimulados a usá-lo. O Facebook gera a maior parte de sua receita com a publicidade, e quanto mais tempo as pessoas passam conectadas, maior a chance de verem anúncios.
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Hannah Kuchler, do Financial Times, de São Francisco