O Yahoo News, portal de notícias mais acessado pelo público americano, passa por uma reformulação em que ganhará novos recursos, como a possibilidade de se clicar em palavras destacadas nas matérias para fazer pesquisas automáticas no mecanismo de busca ou enviar reportagens diretamente pelo Yahoo Messenger. O aprimoramento do sítio vem num momento em que o Google News – nove posições atrás, segundo a ComScore Media Metrix – cresce vertiginosamente e reforça as diferenças entre os tipos de estratégias adotadas por cada companhia para abocanhar uma fatia do mercado de anúncios de internet.
Editor robô
Enquanto o Yahoo News licencia o material que publica, como se fosse um veículo impresso tradicional, o Google News, que, apesar da grande audiência ainda se encontra em versão beta e sem publicidade, tem um robô que vasculha milhares de páginas de notícias, copiando as manchetes e criando links para esses sítios, sem pedir permissão. Assim, esse sítio serve apenas de intermediário para que o leitor encontre a notícia que deseja. Seu sistema é alvo de muitas críticas, pois nele é um programa de computador que hierarquiza as notícias, e não um editor. Já houve caso em que o ‘robô-editor’ puxou notícias de páginas racistas e anti-semitas, provocando protestos.
Também há veículos que não querem ver nenhuma parte de seu conteúdo no Google News e consideram que, do modo como opera, descumpre as leis de direito autoral. Foi o caso da agência francesa AFP, que entrou na justiça argumentando que, ao copiar a manchete, o lide e algumas fotos de seu sítio, o Google News estava roubando-lhe os elementos mais importantes do jornalismo. A reposta da companhia acusada foi programar seu sistema para que não buscasse mais notícias da AFP. Por outro lado, há portais muito satisfeitos com o aumento de tráfego que o buscador lhes proporciona; afinal, audiência é sinônimo de aumento no faturamento com publicidade. ‘Não há dúvida de que o Google é incrivelmente importante’, disse a Chris Gaiter, do Los Angeles Times [11/4/05], uma representante da agência britânica Reuters.
Classificados online
No fim, quem tem se dado mal com a evolução do jornalismo na internet são os bons e velhos jornais, que também tentam encontrar uma maneira de se firmar na Rede. A web lhes tirou preciosas somas dos anúncios classificados, e agora, com os buscadores, os deixam em segundo plano para arrecadar com a publicidade virtual. Muitos até usam o Google como intermediário para vender anúncios. Nem o Google nem o Yahoo News têm equipes próprias para produzir notícias.