‘Escrevo ainda aturdido com o impacto da versão gibsoniana do maior mito ocidental: o flagelo da vítima inocente. Nessas condições, só posso responder negativamente à questão que me foi proposta (mas respeito a preocupação de personalidades como os rabinos Henry Sobel e Nilton Bonder, pois seguem a sabedoria milenar do ‘onde há fumaça…’).
Passei a maior parte do tempo me desviando dos jorros de sangue, sobressaltado com a extrema crueldade, relatada na tela com apurado naturalismo. O único alento foi ver nosso herói vencer a todos ao ressuscitar. Se houve alguma intenção anti-semita no roteiro e na direção, ela simplesmente se perde naquilo que, para mim, é o real fio condutor da película: jogar-nos no rosto, com crueza e pitadas de terror, o tamanho da dor suportada pelo filho de Deus para redimir nossos pecados.
Mas de onde pode ter surgido, então, a acusação de anti-semitismo? Talvez isso se deva a uma engenhosa estratégia. Segundo consta, enquanto sua obra ainda era alvo das chacotas de colegas, o diretor apareceu num programa popular de TV para desmentir os boatos de que a obra fosse anti-semita. Não deu outra: a mídia mordeu a isca e foi conferir. Se essa anedota for mesmo verídica, Mel é um hábil marqueteiro. Também convém considerar a alegada infidelidade do filme aos fatos reais. Algumas lideranças judaicas reclamam que Gibson só fez reavivar alguns equívocos históricos que, no passado, legitimaram insanas perseguições ao povo judeu. A estupidez de alguns que se diziam cristãos chegou ao ponto do ‘esquecimento’ de que não só alguns inimigos, como também os amigos, familiares e o próprio Jesus eram judeus!
Ora, não há como negar: o ‘Evangibson de Mel’ está pontilhado de erros e incongruências perceptíveis a qualquer estudante de teologia mais atento. Nem me darei o trabalho de citá-los, pois isso já foi feito à exaustão, com o apoio de grandes especialistas. Entretanto reconheço que nenhum cineasta, por mais cuidadoso, conseguiria contentar todos os entendidos nesse quesito. Aliás, por que o faria? Cinema é cinema.
O que de fato me incomoda nessa Paixão é algo bem mais perigoso para todos nós, judeus e cristãos, crentes ou ateus: a insistência do diretor na observância literal dos evangelhos e a restrição do enredo às últimas horas de Jesus. Não julgo seu mérito artístico, mas já que Gibson também incluiu no marketing do filme sua opção católica e intenção missionária, é preciso salientar o viés fundamentalista dessa abordagem, que, como todo fundamentalismo, é sempre uma distorção: a pretensão de seguimento estrito do texto sagrado nunca deixa de ser uma seleção e interpretação (interessada) desse texto. Portanto o nó da questão não estaria no presumido anti-semitismo que busca confirmar na Bíblia suas teses racistas, mas numa leitura acrítica da mesma.
Acrítica, mas não inócua. Embora haja no filme passagens ternas -o jovem Jesus que brinca com a mãe, o encontro de Maria com a mulher de Pilatos-, frases famosas, como o ‘amai vossos inimigos’, e bons achados -a figura do tentador que acompanha Jesus até seu último suspiro, a eucaristia que se cumpre na última ceia e no alto da cruz-, o que fica mesmo é a brutalidade dos golpes e a longa sessão de tortura a que é submetido o profeta galileu.
A teologia subjacente a tais imagens e que o diretor deve mais à vidente Anna Emmerich do que aos evangelhos parece dizer que grande foi nossa salvação porque enorme foi o flagelo do nazareno. A quantidade de sangue derramado ratifica nossa redenção. O Cristo de Gibson não tem outra saída para consumar sua missão, senão sofrer. E sofrer numa intensidade insuperável! Não erraria muito quem nele vislumbrasse o filho masoquista de um pai sádico.
Essa concepção, para dizê-lo de uma vez, não é evangélica nem cristã. A mais antiga tradição sempre afirmou que é o amor a salvar. A dor pode ser preço, nunca meta. Ao escancarar o sofrimento, e não o cerne da pregação jesuana (o reinado de Deus e suas conseqüências para a humanidade), a película vende, cinematograficamente, uma imagem desequilibrada e quase patológica do cristianismo. As possíveis conversões que alguns líderes religiosos mais incautos esperam obter com sua exibição serão mais problema do que solução.
Em suma, Gibson tem todo o direito de propor sua versão seletiva do assassinato de Jesus. Mas, daí a se apresentar como modelo de propagandista católico para este século, façam-me o favor! Afonso Maria Ligorio Soares, 43, doutor em ciências da religião pela Universidade Metodista de São Paulo e em teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, é professor-assistente do Departamento de Teologia e Ciências da Religião da PUC-SP e autor de ‘Interfaces da Revelação: pressupostos para uma teologia do sincretismo religioso’ (ed. Paulinas).’
Roberto Romano
‘Filme não ultrapassa sentimento tradicional’, copyright Folha de S. Paulo, 19/03/04
‘Para entender a plástica e a doutrina do filme, é preciso retornar à igreja anterior ao Concílio Vaticano 2. A película reproduz o catolicismo gerado no Império Romano e transposto às sociedades feudais e modernas. O juízo sobre os judeus naquele setor religioso era claro: os compatriotas de Jesus o destruíram com sumo dolo, pecaram contra a divindade trina da qual o mesmo Jesus seria a segunda pessoa. O judaísmo acolhe deicidas.
‘Oremus et pro perfidis Judaeis’ (oremos pelos pérfidos judeus): ‘Eterno e onipotente Deus, que não vos afastais nem mesmo da perfídia judaica, escutai a nossa prece, a qual elevamos pela cegueira daquele povo, para que ele conheça a luz -que o Cristo existe- e se afaste das trevas’.
Tais invocações eram feitas na Sexta-Feira da Paixão. Defensores do catolicismo afirmam que ‘pérfido’ significa apenas ‘descrente’. Em latim, o termo não evocaria algo perverso. O missal traduzido para as línguas vulgares (no francês ‘perfide’, no alemão ‘treulos’ etc) teria produzido a idéia depreciativa. Antes do Concílio, no entanto, com pleno conhecimento de causa, o vocábulo ‘pérfido’ serviu para diminuir os judeus.
Ele significa ‘traidor’ em Horácio, Cícero, Tácito, lidos pelos doutores eclesiásticos. João 23, o papa humano, manteve na oração apenas o ‘rezemos pelos judeus’, sem adjetivos infamantes (25/7/ 1960).
Quem hoje reza em latim, como os tradicionalistas católicos, usa paramentos romanos, celebra cerimônias sagradas de costas para os fiéis, luta contra o capitalismo liberal e contra o socialismo, abomina o aborto e as experiências homossexuais também guarda a raiva contra os ‘pérfidos’ judeus.
Essa ‘Paixão de Cristo’ é tão anti-semita quanto a igreja, até o Vaticano 2. Ainda hoje existe muito ódio aos judeus entre cristãos. Sob esse ângulo, o filme é bastante moderado. Gibson não ultrapassa o sentimento tradicional e difere de outros anti-semitismos católicos, como o de Carl Schmitt.
Na primeira parte de sua vida, aquele jurista foi católico e conservador. Ao seguir o nazismo, ele exacerbou o ressentimento contra os judeus e saiu da igreja. A prevenção exibida por Gibson tem outro feitio: o seu filme segue perfeitamente as normas éticas e estéticas da igreja.
A comunhão católica se produziu como síntese dos cinco sentidos. Para cada um deles há ritos e formas. O concílio de Nicéia (ano 325) proclamou: ‘Cremos em um Deus, Pai onipotente, criador de todas as coisas visíveis e invisíveis’.
No catolicismo, o infinito penetra a finitude, o verbo se faz carne. A sua estética valoriza a imagem (combatida por arianos e reformados), um penhor divino.
Como diz o Padre Vieira, referindo-se à Paixão: se o padre fala dos sofrimentos de Jesus, a platéia boceja. Se ele mostra o retrato do homem coroado de espinhos, a emoção empolga a fé.
Essa técnica persuasiva é usada em cerimônias e procissões onde o divino aparece com violência maior ou menor. O circo efetivou o que no filme de Gibson se exaspera: os olhos são lacerados pelo escândalo de um Deus que sofre. O Messias dolorido (salvo em Isaías, 53) nunca foi aceito pelo judaísmo.
A dor cristã é tamanha que a percebemos, sobretudo na película de Gibson, como um fim em si mesma. Flagelos arrastam novos martírios e o suplício infindável (no filme, a tortura de Jesus pelos soldados) adquire força erótica. Gregos e romanos viam na morte cristã uma loucura assumida como verdade.
A pergunta de Pilatos (‘Quid est veritas?’), irônica e perplexa, mostra o quanto a Paixão de Cristo é um paradoxo para a racionalidade humana. Ontem e hoje. Roberto Romano, 57, é professor titular de ética e filosofia política na Unicamp e autor de ‘Moral e Ciência – A Monstruosidade no Século XVIII’ (ed. Senac/São Paulo) e ‘O Caldeirão de Medéia’ (Perspectiva), entre outras obras’
Olavo de Carvalho
‘Recado aos judeus’, copyright O Globo, 20/03/04
‘Tenho estudado bastante a questão do anti-semitismo; algumas entidades judaicas já me ouviram falar a respeito e sabem que não sou, no assunto, nenhum novato, nenhum ingênuo, nenhum palpiteiro leviano. Quem dedica longo tempo a um problema acaba por levantar perguntas que não ocorreriam ao recém-chegado – e às vezes encontra respostas que parecem incompreensíveis e chocantes a quem não fez sequer as perguntas.
Em maio de 2002, quando a mídia esquerdista fazia alarde da ameaça anti-semita personificada no sr. Le Pen, escrevi: ‘Por que os judeus haveriam de confiar em quem os adverte contra um inimigo desarmado ao mesmo tempo que ajuda o inimigo armado? Por que a esquerda mundial estaria tão ansiosa para protegê-los contra um perigo futuro e hipotético na França, quando se esforça para entregá-los às garras de um perigo real e imediato na sua própria terra?’
Mas o anti-semitismo de Le Pen, por desarmado que fosse, ao menos era explícito e inegável. Já Mel Gibson proclama que os judeus não foram mais culpados do que ele próprio pelo assassinato de Cristo, e no entanto, segundo a mídia iluminada, há motivos para temê-lo como se fosse a Inquisição rediviva.
Deixarei para analisar mais tarde o filme que deu pretexto à celeuma. Por enquanto só quero chamar a atenção para um detalhe: vocês não notaram nada de estranho no súbito acesso de filojudaísmo que se apossou da intelligentzia esquerdista mundial? Aqueles mesmos que endossaram a farsa do ‘massacre de Jenin’, aqueles mesmos que comparavam Ariel Sharon a Adolf Hitler aparecem hoje com o coração transbordante de zelos fraternais, vendendo ao povo judeu proteção contra o temível genocida Mel Gibson. Vocês vão cair nessa? O Papa, que sempre foi seu amigo leal, diz que não há perigo, que A Paixão de Cristo não infunde sentimentos anti-semitas em ninguém (recentes sondagens do Institute for Jewish Research mostram que não infunde mesmo), e vocês hão de preferir dar ouvidos àqueles sujeitos que na conferência de Durban tramaram para condenar o sionismo como ‘ideologia racista’? O próprio Abraham Foxman já reconheceu que o filme em si não é anti-semita, intelectuais sionistas como David Horowitz asseguram que Gibson é inocente, e vocês hão de dar mais crédito àquelas lindas criaturas que, contra a intervenção no Iraque, saíram gritando pelas ruas de Nova York de mãos dadas com Louis Farrakhan e David Duke? Hão de se precaver contra uma hipótese rebuscada enquanto se expõem ao perigo manifesto de aceitar os serviços de advogados indignos de crédito, entre os quais, no Brasil, gente bem articulada com o Foro de São Paulo e, através dele, com o terrorismo islâmico? Hão de se deixar manipular como os eleitores espanhóis e, ludibriados pelos inimigos, voltar-se contra os amigos? Algo no meu íntimo diz que não, que essa tragédia postiça não chegará ao medonho desenlace planejado.
Mas a mídia esquerdista sabe combinar a supressão dos fatos com a produção de factóides. O pronunciamento oficial do Papa em favor do filme foi omitido ou abafado em quase todos os jornais brasileiros. As opiniões de judeus americanos pró-Gibson foram totalmente excluídas, para criar a falsa impressão de unanimidade hostil. Em compensação, publicou-se uma longa entrevista com o líder de um grupo ultramontano em São Paulo, que endossa a culpabilidade hereditária ‘dos’ judeus. Vocês lêem e vêem aí a prova de que ‘os’ católicos conservadores são mesmo anti-semitas. O que ninguém lhes informa é que o referido é um tipo isolado, detestado igualmente na TFP, na Sociedade de S. Pio X e em todos os meios tradicionalistas que ele ali parece representar.
Meu recado aos judeus é simples: nenhum mal lhes virá pelo lado cristão. Os inimigos de Israel são hoje os inimigos da cristandade. Se vocês querem mesmo saber de onde vem o perigo, leiam o livro do rabino Marvin S. Antelman, ‘To Eliminate the Opiate’ (Jerusalém, The Zionist Book Club, 2 vols.), e acordem. Não precisam endossar o diagnóstico em detalhes. Mas verão que, em linhas gerais, ele está na pista certa – e essa pista passa a muitas léguas de Mel Gibson.’
Sharon Waxman
‘Hollywood busca a fórmula da ‘Paixão’’, copyright Folha de S. Paulo / The New York Times, 21/03/04
‘Enquanto o sucesso avassalador de ‘A Paixão de Cristo’ reverbera por Hollywood, produtores e executivos de estúdio começam a se indagar se o cinema não tem deixado de lado grandes segmentos do público americano que estão ansiosos por mais produtos de natureza declaradamente religiosa. No fim de semana passado, o filme arrecadou mais US$ 31,6 milhões (cerca de R$ 95 milhões), aumentando sua bilheteria total para US$ 264 milhões (R$ 790 milhões) em menos de três semanas.
Diferentemente de muitos filmes de sucesso comercial imediato, ‘A Paixão’ não viu sua bilheteria cair vertiginosamente após uma estréia grandiosa. A expectativa é que acabe por acumular bem mais de US$ 300 milhões de bilheteria nos EUA, superando facilmente trabalhos de grande orçamento como ‘Hulk’ ou qualquer dos filmes da série ‘Matrix’.
‘É impossível ignorar números como esses’, diz o veterano produtor de cinema Mark Johnson. ‘Não dá para dizer que é apenas um acaso feliz. Existe algo nisso que merece ser compreendido.’
O sucesso de bilheteria de ‘A Paixão de Cristo’ vem sendo analisado em toda Hollywood, com conclusões sendo repetidas em entrevistas com diversos executivos na semana passada. Nos departamentos de marketing, o filme é considerado um caso de genialidade pura. Seu diretor, Mel Gibson, é visto como alguém que incentivou uma controvérsia que arrancou o filme da periferia para o centro do cenário cultural, criando a impressão de que ele é imperdível, obrigatório.
Poucos nos estúdios duvidam que o filme vá afetar as decisões tomadas em Hollywood a curto e a longo prazo. Alguns já prevêem a chegada de uma onda de filmes baseados em temas do Novo Testamento ou de filmes mais religiosos, de modo geral. ‘Haverá novos filmes sobre as Sagradas Escrituras -o Velho e o Novo Testamentos?’, perguntou Peter Guber, produtor que, no passado, dirigiu a Sony Pictures Entertainment. ‘É provável que sim.’
O mundo da televisão já está reagindo à ‘Paixão’. Na semana passada, a rede ABC pôs no ar o filme ‘Judas’, engavetado havia muito tempo, sobre o discípulo que traiu Jesus. Na guerra de audiência, ‘Judas’ perdeu para ‘Everybody Loves Raymond’ e ‘C.S.I.: Miami’.
Nas semanas que antecederam o lançamento de ‘A Paixão’, enquanto crescia a publicidade em torno do filme, a NBC encomendou um piloto de um programa apocalíptico intitulado ‘Revelations’, baseado em parte no Livro das Revelações (Livro do Apocalipse). Um de seus produtores, Gavin Polone, o descreveu como algo na linha de ‘Arquivo X’, mas tendo como protagonistas uma freira e um cientista cético que começa a acreditar na Bíblia quando vê os eventos do armagedon começando a acontecer.
Polone contou que, para vender a idéia às TVs, citou pesquisas de opinião segundo as quais 78% dos americanos disseram acreditar que as previsões do Livro das Revelações vão se realizar e 39% acham que elas vão se realizar ainda durante suas vidas. ‘A Paixão de Cristo’ ajudou’, disse Polone.
Segundo Peter Guber, o sucesso do filme se choca com os sentimentos de muitos em Hollywood que não gostam da maneira, largamente criticada, como ‘A Paixão de Cristo’ retrata a responsabilidade dos judeus pela morte de Jesus. ‘As reações são de incômodo, espanto e repúdio, às vezes tudo ao mesmo tempo’, disse.
Mas Jeff Robinov, presidente de produção da Warner que afirma ter gostado do filme, disse não estar certo de que precisa atingir uma platéia voltada à religião. ‘O sucesso de ‘A Paixão’ não me encoraja a procurar um filme que satisfaça esse grupo. Mas, se um sujeito como Mel Gibson chegasse com um filme que tivesse mensagem sociológica, teológica, uma mensagem religiosa, que fosse controversa, eu não fugiria dele.’
Uma pesquisa Gallup feita na semana passada concluiu que 11% dos americanos já assistiram ao filme, e que 34% disseram pretender vê-lo nos cinemas. Baseada numa amostragem de 1.005 adultos, a pesquisa constatou que os mais velhos têm menos chances de assistir ao filme, e que as pessoas que vão à igreja pelo menos uma vez por mês têm probabilidade maior de vê-lo.
Muitos executivos acham que não será fácil reproduzir o sucesso de ‘A Paixão’. O filme não é um simples retrato da crucificação, afirmam, mas uma declaração político-religiosa movida pela intensidade do catolicismo conservador de Mel Gibson. Foi divulgado a ponto de virar fenômeno em função dos protestos de grupos judaicos e também da relutância de Gibson em discutir o filme com seus críticos.
‘Quando um filme rende tanto dinheiro quanto ‘A Paixão’, não se pode negar que o público passou uma mensagem à comunidade cinematográfica -mas é uma mensagem assustadora’, disse Michael Nozik, produtor do ainda inédito ‘Diários de Motocicleta’, sobre Che Guevara. Nozik está alarmado com a violência presente em ‘A Paixão de Cristo’, afirma, e entristecido diante do ‘caldeirão de ira’ esquentado pelas acusações de anti-semitismo.
Na condição de divisões de grandes conglomerados de mídia preocupados com sua imagem pública, os estúdios de Hollywood sempre evitaram propagar valores senão os mais benignos. Filmes que defendem fortes pontos de vista políticos e, especialmente, religiosos têm tido dificuldade em ganhar luz verde. ‘Não está claro que Hollywood tenha o apetite ou a atitude para fazer filmes religiosos’, disse Guber. O filme de Mel Gibson, afirmou, ‘a meu ver, possui um ponto de vista politicamente religioso’. Tradução de Clara Allain’