O sítio da Agência de Segurança Nacional americana (NSA, na sigla em inglês) tem inserido arquivos conhecidos como cookies nos computadores de quem o visita para rastrear futuras navegações, apesar de existirem estritas leis federais nos Estados Unidos que proíbem o uso da maioria dos tipos de cookies.
Os cookies foram retirados na semana passada, depois que um ativista de um grupo privado reclamou sobre eles e a agência de notícias Associated Press pediu explicações à NSA. Funcionários da NSA alegaram que teriam cometido um erro. No entanto, o incidente levantou um debate sobre questões de privacidade – a agência esteve envolvida, recentemente, nas denúncias de que o presidente Bush autorizou um programa de grampos clandestinos para investigar possíveis atividades terroristas em solo americano. ‘Considerando o poder de vigilância que a NSA tem, os cookies não são exatamente a maior preocupação. Mas mostram uma falta geral de compreensão sobre as regras de privacidade quando a própria agência não cumpre as leis básicas de privacidade na rede’, afirmou Ari Schwartz, diretor associado do Centro de Democracia e Tecnologia, grupo de defesa dos direitos civis com sede em Washington.
Até terça-feira (27/12), a NSA havia criado dois cookies que não expiram até 2035. Don Weber, porta-voz da agência, afirmou em declaração que o uso de cookies foi resultado de uma recente atualização de um software. Normalmente, o sítio usa cookies que são automaticamente apagados quando o usuário fecha o navegador, mas o software em uso colocou, erroneamente, cookies permanentes.
Os cookies são largamente utilizados por sítios comerciais e facilitam o uso da internet ao fazer com que os sítios ‘lembrem’ as preferências dos internautas, armazenando senhas e opções de navegação. Mas grupos de defesa da privacidade na rede reclamam que os cookies também rastreiam a navegação e até mesmo informações pessoais. Em um memorando de 2003, a Casa Branca proibiu agências federais de usar cookies permanentes que não são automaticamente apagados, permitindo-os apenas em circunstâncias de ‘extrema necessidade’. Informações da AP [29/12/05].