Há um ano, eles eram simples diários online, vistos como passatempo de adolescentes e viciados em internet. As eleições presidenciais americanas, porém, os transformaram na mídia do momento. De coadjuvantes, os blogs passaram a protagonistas. Na medida em que esquentava a briga entre republicanos e democratas, os blogueiros expandiam seus domínios: notícias fresquinhas, atualizações constantes e análises críticas fizeram com que milhões de americanos voltassem suas atenções para a tela do computador.
Além das páginas políticas, surgiram blogs sobre todo e qualquer assunto: arte, fofoca e economia são alguns dos temas que conquistam fãs a cada dia. De acordo com a empresa de pesquisas Technorati, existiam cerca de 100 mil blogs há dois anos; hoje, há quase 5 milhões disputando um lugar no cyberespaço.
Algo que cresce de maneira tão rápida atrai dinheiro. De acordo com artigo de Lauren Gard para a BusinessWeek [13/12/04], os anunciantes acabam de perceber que existe um mercado emergindo da blogosfera. Estima-se que a publicidade online venha a ter um crescimento de 35% este ano – o que supera o aumento em qualquer outro veículo. Some-se a isso o fato de que cerca de 11% dos internautas de hoje são leitores fiéis de blogs. O que era apenas brincadeira de adolescente passou a interessar, e muito, aos comerciantes.
Dólares, dólares, dólares
Mesmo assim, não se pode comparar a ascensão dos blogs com o fenômeno da bolha da internet no fim da década de 1990. Segundo Henry Copeland, fundador da empresa BlogAds, o meio não deve dar grandes lucros tão cedo. Ele espera, porém, que ‘mais dinheiro vá para as mãos de mais escritores à medida que anunciantes inteligentes contornem as editoras e negociem diretamente com os autores por seu trabalho’.
Mas como funciona? Há diversas maneiras de transformar o hobby em dinheiro. A BlogAds, por exemplo, distribui anúncios em 50 a 100 blogs por dia para mais de 20 anunciantes – entre eles estão peixes graúdos como a Sharp e a Walt Disney. Os blogueiros também negociam com distribuidores de anúncios independentes, aceitam patrocínio direto de companhias, e podem até ser contratados para criar e manter blogs para empresas.
Sítios de busca como o Google criaram uma maneira fácil e criativa: o internauta se inscreve, hospeda links de anunciantes em sua página e recebe uma parcela pelo número de vezes que os links são clicados pelos visitantes. Dependendo de seu objetivo, iniciativa e sorte, blogueiros podem ganhar de alguns tostões a até 10 mil dólares por mês.