Um carro da agência de notícias Reuters em Gaza foi atingido por um míssil aéreo israelense no domingo (27/8), deixando cinco feridos, entre eles dois cinegrafistas. O Exército de Israel afirmou que não sabia que os passageiros do veículo eram jornalistas e apenas seguiu com o ataque porque o carro estaria sendo dirigido de ‘maneira suspeita’ perto de tropas israelenses no meio de uma zona de combate.
O ataque ao carro da Reuters aconteceu quando soldados israelenses, protegidos por tanques e helicópteros, se deslocavam para uma área dentro da Faixa de Gaza. Segundo o Exército, os soldados procuravam por explosivos plantados por militantes palestinos e por túneis próximos à fronteira. Depois do início da operação, grupos de militantes tentaram por diversas vezes atacar as tropas.
O cinegrafista da Reuters Fadel Shama´a, de 23 anos, e Sabah Hamida, de 25, que trabalha para uma emissora de televisão local, estavam com as portas abertas e prontos para descer do carro para filmar as tentativas de ataque dos militantes quando o míssil caiu. Os dois homens, junto com três assistentes, foram feridos por pedaços de projéteis e todos foram levados ao hospital para passar por cirurgias.
Uma porta-voz do Exército afirmou que o veículo era o único na área de combate e chegou muito próximo aos soldados israelenses. ‘Foi por isso que virou um alvo. Foi visto como uma ameaça’, explicou ela. ‘Não havia algum sinal claro de que se tratava de [um carro da] TV. Pelo menos nós não vimos um’. A agência informou que o veículo branco continha o logo da Reuters e as palavras TV e Press escritas em inglês, árabe e hebraico. ‘Esse é um crime a sangue frio’, protestou o chefe do sindicato dos jornalistas local, Mohammed Dawdi. Informações da Associated Press [27/8/06].