Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Cibele Santos

‘Com o objetivo de evitar a censura externa, veículos dos dois maiores mercados publicitários do mundo – Inglaterra e Estados Unidos – se organizam para discutir responsabilidade social e ética

Em iniciativas separadas, os maiores grupos de mídia dos Estados Unidos e do Reino Unido estão se mobilizando para evitar que o movimento mundial contra pornografia, propaganda de produtos nocivos e outras questões polêmicas acabe em intervenção dos governos sobre o conteúdo dos veículos.

Fórum

No Reino Unido, 15 grupos – incluindo a holding de agências publicitárias WPP Group – anunciaram nesta ter;a-feira, dia 30, a formação da entidade Media Corporate Social Responsibility Forum, que visa tratar proativamente as críticas contra junk food, abuso de álcool, serviços de chat por telefone e propaganda infantil, entre outros temas.

Capital Radio, Guardian Media Group, ITV, Trinity Mirror e as outras empresas de rádio, TV e jornal filiadas ao Fórum serão aconselhadas em suas deliberações pela consultoria de ética KPMG. Até mesmo a associação britânica de agências publicitárias, tradicionalmente contra qualquer tipo de censura, já manifestou seu apoio.

Reunião de cúpula

Nos EUA, onde a mídia está sob fogo cerrado da Federal Communications Commission (FCC) e sujeita a projetos de lei draconianos e multas pesadíssimas, os proprietários dos maiores veículos marcaram uma reunião a portas fechadas com reguladores e grupos de defesa dos consumidores, a qual, segundo o The Wall Street Journal, será realizada num hotel de Washington em data já decidida mas não divulgada.

‘Achamos que era o momento adequado para a indústria entrar em uma sala e discutir uma resposta adequada. Não estamos alheios a algumas preocupações expressas tanto por famílias como por legisladores’, disse ao diário um porta-voz da National Association of Broadcasters, patrocinadora do encontro.

O grupo ativista Parents Television Council aprovou a medida: ‘Desta vez, as emissoras de rádio e TV sabem que não poderão contornar a tempestade, na esperança que a ansiedade das pessoas simplesmente desapareça e que eles possam voltar ao seu negocinho sujo’, declarou Brent Bozell, presidente da entidade.’



PUBLICIDADE / INGLATERRA
O Globo

‘Meu nome é Bônus. James Bônus’, copyright O Globo, 2/4/04

‘James Bond vai se infiltrar na Bolsa de Londres. Não a serviço de Sua Majestade, mas da Pinewood Shepperton, dona dos estúdios de cinema Pinewood e Shepperton, perto de Londres. A empresa vai lançar suas ações no Alternative Investment Market (mercado de investimentos alternativo) da Bolsa de Londres, em julho ou agosto próximos, informou ontem o jornal britânico ‘Guardian’. A Pinewood vai usar os recursos obtidos com a venda dos papéis para refinanciar suas dívidas.

Nos dois estúdios foram feitos os mais famosos filmes ingleses, incluindo 18 da série James Bond, ainda nos áureos tempos em que Sean Connery encarnava o agente com licença para matar.

‘A Pinewood Shepperton tem um papel dominante na indústria cinematográfica internacional, abrigando filmes tanto dos grandes estúdios de Hollywood quanto os independentes’, afirmou em comunicado o presidente da empresa, Michael Grade. Ele quer aproveitar a reputação dos estúdios para lucrar com a crescente demanda por filmes.

– Qualquer um que viu os filmes de James Bond sabe que (os estúdios da) Pinewood Shepperton tem um apelo único – disse Grade ao site da revista ‘Variety’.

Os estúdios Pinewood começaram a produzir filmes em 1936. Lá foram feitas até grandes produções americanas, como ‘Superman’ e ‘Batman’. Já os primeiros filmes dos estúdios Shepperton datam de 1932. Lá foram feitos mais de 700 filmes, incluindo clássicos como ‘Uma aventura na África’ (com Humprey Bogart e Katharine Hepburn), ‘Os canhões de Navarone’ e ‘Dr. Fantástico’ (com Peter Sellers). Mais recentemente, abrigou as filmagens de ‘Harry Potter e a câmara secreta’.

Com 36 locações e cerca de 200 empregados, a Pinewood Shepperton é uma das maiores empresas de serviços cinematográficos do mundo. Ela habitualmente trabalha para os grandes estúdios de Hollywood, como MGM, Warner e Disney, mas também aluga seu espaço para a filmagem de programas de TV, vídeos musicais e comerciais. A Pinewood lucrou 10,9 milhões de libras (US$ 20 milhões) em 2003.’



NET EM CRISE
Taís Fuoco

‘NET prevê consolidação no setor nas mãos de dois operadores’, copyright Valor Econômico, 1/04/04

‘A NET Serviços de Comunicação prevê que o setor de TV por assinatura irá passar por uma consolidação no país, que resultará em dois grandes operadores: um via satélite e um via cabo, do qual ela espera ser o representante. Segundo números da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em dezembro havia 178 operadoras de TV paga no país, entre todas as tecnologias.

‘Esse processo pode não acontecer em 2004 ou mesmo em 2005, mas é um fato e iremos participar’, afirma Leonardo Pereira, diretor de relações com investidores da companhia. ‘Nossa meta é oferecer o melhor serviço de TV por assinatura da América Latina e ser o representante do mercado via cabo no país’, diz o executivo.

Em 2003, a NET respondeu por cerca de 38% do mercado total de TV por assinatura, seguida pela Sky, com 20%, DirecTV, 12%, Horizon, 9%, e TVA, 8%. Novos entrantes no setor, no entanto, responderam por 13%. Com a perspectiva de que Sky e DirecTV passem ao mesmo controlador, com a compra da Hughes pela News Corp., esse grupo controlará 32% do mercado, firmando-se na segunda posição.

‘Será uma disputa entre ar (satélite) e terra (cabo)’, compara Francisco Valim, diretor-geral da NET. ‘Por isso, a exemplo dos Estados Unidos, as operadoras a cabo, em vez de disputarem clientes entre si, deveriam se unir para ter escala e fazer frente ao real competidor (satélite).’

Ele acredita que, em virtude da liderança da NET, ela seja a operadora que irá atrair outras companhias. Não há, entretanto, nenhuma negociação neste momento de compra de operadoras menores, diz.

Em reunião com analistas, ontem, a NET reiterou que já acertou os termos da renegociação da dívida, cujo montante total era de R$ 1,34 bilhão em dezembro, e está neste momento na parte de formalização do acordo. A expectativa da companhia é de finalizar o processo até junho.

A operadora também deu sinais de seu interesse pela área de telefonia. Segundo Valim, a banda larga, apesar de ainda representar 3,5% da receita em 2003, é considerada segmento estratégico para a NET por dois motivos: garante a fidelização do assinante de TV e prepara a companhia para uma estratégia de telefonia, especialmente em voz sobre o protocolo internet (IP).

A receita do Vírtua, produto de acesso em banda larga da NET, cresceu 20% em 2003, para R$ 12 milhões, volume que ainda representa pouco na receita total, que foi de R$ 337 milhões. O número de assinantes, no entanto, saltou de 55,7 mil (último trimestre de 2002) para 91,47 mil nos três últimos meses de 2003, uma alta de 64%.

Recentemente, a NET informou que sua rede já está pronta para oferecer voz sobre IP, mas o início dessa oferta dependerá da evolução desse mercado, hoje ainda restrito a empresas. Valim salienta que a companhia não tem planos de ampliar sua rede neste ano. ‘Não precisamos de mais do que temos hoje, neste momento.’ A rede de cabos da NET cobre 6,6 milhões de domicílios, em dez cidades, e, desse total, 2,2 milhões de residências já possuem os cabos bidirecionais, capazes de acessar a internet em banda larga.

A NET informou aos investidores que o pacote Standard, lançado em 2000 com foco nas classes de menor poder aquisitivo, não teve o sucesso esperado e, por isso, a companhia se prepara para lançar outros produtos voltados a essa fatia da população. De acordo com Valim, ‘o preço ou o produto não atenderam à expectativa do público’. Por isso, a NET está fazendo pesquisas para identificar qual o melhor formato de grade de programação e o melhor preço com que esse público se identifique.

A NET iniciou, no final do ano, testes de pacotes segmentados em Santos e Campinas (SP), e deve chegar logo a Porto Alegre. Em algumas regiões, os pacotes têm mais foco em filmes, em outras, esportes e assim por diante, de acordo com as preferências apontadas.’



PAY-TV News

‘NET é mais cautelosa, mas mantém otimismo para analistas’, copyright PAY-TV News, 31/03/04

‘A Net Serviços, em conferência aos analistas de mercado, foi um pouco menos otimista em relação ao ano de 2003. A frase ‘2003 foi o melhor ano de nossa história’, usada por Francisco Valim, presidente da empresa, na apresentação dos resultados de 2003 aos jornalistas, no dia 17, foi substituída por uma mais conservadora: ‘2003 foi um de sucesso e estabilização da companhia’. Independente disso, o tom da apresentação foi o mesmo, com destaque para a melhora nos indicadores em relação ao (péssimo) ano de 2002. Mesmo assim, a Net mostrou-se mais cautelosa: ‘Essa companhia não deve registrar lucro antes de 2005 ou 2006, mas estamos no rumo certo para isso’, disse Leonardo Pereira, diretor financeiro da Net.

Ao contrário da apresentação à imprensa, a Net deu mais ênfase à importância de ter um posicionamento em relação ao setor de telefonia (apesar de não ter detalhado como será esse posicionamento) e em relação ao assinante de baixa renda. Especialmente a questão da classe C foi uma preocupação de algumas perguntas de analistas.

Conteúdo igual

A Net voltou a ressaltar que iniciará seu processo de digitalização este ano, mas, segundo Francisco Valim, é pouco provável que o conteúdo oferecido pela empresa seja muito diferente daquele oferecido pela Sky: ‘Hoje, há pouco conteúdo brasileiro disponível, o que não nos deixa sermos muito diferentes. Além disso, compramos em conjunto com a Sky, o que nos trás algumas vantagens’.

Sobre o serviço Vírtua, apesar de não prometer um crescimento descomunal, a Net ressaltou que está hoje pronta para levar o serviço em 2,2 milhões de domicílios onde a rede é compatível com os requisitos técnicos necessários.’

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‘Operadora repete que acertou termos econômicos da dívida’, copyright Folha de S. Paulo, 31/03/04

‘A Net Serviços repetiu nesta quarta, 31, em conferência na Apimec (Associação de Analistas do Mercado de Capitais), em São Paulo, a afirmação que havia feito a jornalistas: concluiu a etapa de acertos dos termos econômicos de sua renegociação com os credores e espera, agora, o fim da formalização desse processo. A Net Serviços, entretanto, deu algumas referências do que pode-se esperar dessa renegociação. Ao ser questionada sobre o volume de ações que pretendia emitir, a Net disse que ainda não é possível dar esse número mas afirmou que a reestruturação busca uma relação entre dívida líquida e EBITDA em torno de 2,5 vezes. Esse indicador, que já esteve em 7, é hoje de 3,7. A dívida líquida da empresa é de R$ 1,14 bilhão e o EBITDA é de cerca de R$ 300 milhões.

A Net Serviços também foi questionada em relação à grande volatilidade de seus papéis, que chegam a cair, segundo um acionista, cerca de 12% em um dia (já caíram muito mais que isso em algumas ocasiões). Leonardo Pereira, diretor financeiro, disse que a empresa não gosta que seus papéis nem caiam nem se valorizem demasiadamente em um único dia, mas que isso não pode ser impedido pela empresa. ‘Tenham certeza que essas variações não acontecem por atitudes da gerência da companhia’.’



Valor Econômico

‘TV a cabo consolidada’, copyright Valor Econômico, 1/04/04

‘A NET Serviços de Comunicação prevê que o setor de TV por assinatura irá passar por uma consolidação no país, que resultará em dois grandes operadores: um via satélite e um via cabo, do qual ela espera ser o representante. Segundo números da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em dezembro havia 178 operadoras de TV paga no país, entre todas as tecnologias. Em 2003, a NET respondeu por cerca de 38% do mercado total de TV por assinatura, seguida pela Sky, com 20%, DirecTV, 12%, Horizon, 9%, e TVA, 8%. Novos entrantes no setor, no entanto, responderam por 13%. Com a perspectiva de que Sky e DirecTV passem ao mesmo controlador, com a compra da Hughes pela News Corp., esse grupo controlará 32% do mercado, firmando-se na segunda posição.’