Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Privacidade no Facebook enfrenta nova derrota

Uma nova medida para impedir que empresas exijam acesso às contas do Facebook em entrevistas de emprego foi rejeitada nesta semana por republicanos na Câmara dos EUA, que a consideraram desnecessária. Enquanto isso, dois senadores democratas pediram ao Departamento de Justiça e à Comissão de Oportunidades Iguais de Emprego que investiguem firmas envolvidas nessa prática.

Desde 2010, surgem casos de agências do governo, empresas privadas e universidades que pedem as senhas de redes sociais tanto de funcionários e alunos como de candidatos a vagas. Na semana passada, o próprio Facebook informou que notou um aumento da prática e avisou seus usuários que compartilhar senhas ou pedir acesso a contas alheias é uma violação do código de conduta da rede social. “Nós vamos tomar medidas para proteger a privacidade e a segurança de nossos usuários, seja envolvendo políticos ou, se for o caso, iniciando uma ação legal”, disse num comunicado Erin Egan, diretor-chefe de privacidade do Facebook.

No começo de 2011, ficou famoso o caso de Robert Collins, guarda de uma penitenciária de Maryland que, depois de licença após a morte da mãe, passou por uma entrevista rotineira para voltar ao trabalho, quando lhe pediram login e senha do Facebook. Chocado, mas precisando do emprego, ele cedeu. O caso trouxe à tona diversos outros, como universidades e empresas que exigem que seus alunos ou funcionários virem seus “amigos” na rede social para terem acesso às suas atividades online.

Na terça-feira (27/03), o democrata Ed Perrlmutter apresentou emenda que aumentaria o poder da Federal Communications Commission (FCC), agência que regula o mercado de comunicações nos EUA, para proibir a prática. A emenda foi bloqueada no dia seguinte, mas pode voltar a ser debatida. Ao mesmo tempo, dois senadores democratas pediram uma investigação para confirmar se as empresas estão violando leis federais. Eles trabalham num novo projeto de lei para impedir a prática.

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[Fernanda Ezabella, da Folha de S.Paulo em Los Angeles]