Thursday, 26 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Israel e Hamas travam o combate virtual pelo Twitter

De terça-feira até sexta [16/11], o número de seguidores da conta @idfspokesperson no Twitter, pertencente às Forças de Defesa de Israel, mais que dobrou, para 135,4 mil. O da @AlQassamBrigade, atribuída ao braço militar do Hamas, cresceu 88%, mas para 17,2 mil. A quantidade de mensagens emitidas por ambas disparou. Refletindo a escalada de violência offline, as redes sociais se tornaram foco de hostilidades entre os dois lados do conflito árabe-israelense, e de tentativas de convencimento da opinião pública sobre quem está certo, diante da violência.

O vídeo do ataque que matou Ahmed al-Jabari, líder do braço armado do Hamas, foi para o YouTube no mesmo dia em que ocorreu, na quarta-feira. O IDF postou no Twitter um link para a gravação e um cartaz com o rosto do palestino e a palavra “eliminado”, em letras maiúsculas. E, quebrando a regra da rede social de não lançar ameaças, disparou: “Nós recomendamos que nenhum membro do Hamas, seja de baixo ou alto escalão, bote a cabeça para fora do buraco nos próximos dias”, dizia uma mensagem. Ao que as Brigadas de Izz el-Din al-Qassam responderam: “Nossas abençoadas mãos vão alcançar seus líderes e soldados em qualquer lugar em que estejam (vocês abriram as portas do inferno para vocês mesmos).”

Alerta em rede

Além de descrever os sucessos de suas artilharias, os dois lados se apresentam como vítimas. Há tanto a hashtag #IsraelUnderFire (Israel sob fogo) como a #GazaUnderAttack (Gaza sob ataque). “Quatro palestinos foram mortos no campo de refugiados de al-Mghazi na Faixa de Gaza”, divulgou ontem o braço armado do Hamas, com a hashtag #Humanrights (diretos humanos, em inglês). Já o IDF divulgou um vídeo mostrando israelenses fugindo para abrigos no meio da noite. E, com vistas à opinião pública internacional, lançou um cartaz perguntando aos moradores de Sidney, Nova York, Londres e Paris o que fariam – como ilustrava o desenho – se bombas estivessem caindo sobre cartões postais como a Torre Eiffel e o Big Ben. “Compartilhe se você concorda que Israel tem o direito de se defender.”

– Há uma campanha no Facebook em que se pede para que as crianças façam filmes mostrando os abrigos onde estão, contando pelo que estão passando. Consegue-se histórias autênticas das pessoas, e não só as oficiais – diz Ruth Yaron, general da reserva do IDF.

Mas, se a população civil conectada pode dar mais credibilidade à propaganda oficial, também impõe dificuldades. Anteontem [quinta, 15/11], por exemplo, antes mesmo de o Exército negar que foguetes palestinos tivessem alcançado a Grande Tel Aviv, diversos moradores contavam no Facebook terem ouvido as explosões.