Uma pesquisa da Alliance for Audited Media (AAM, aliança para mídia auditada), que mede a circulação impressa e tráfego online dos jornais e revistas americanos, apontou que 90% das publicações já têm aplicativos para aparelhos móveis (smartphones e/ou tablets). Os restantes 10% responderam que pretendem desenvolver seus aplicativos nos próximo s 12 meses. De acordo com o vice-presidente de serviços digitais da entidade, Eric John, hoje “as empresas de mídia sabem que a chave é distribuir conteúdo quando e onde os consumidores quiserem”.
A pesquisa mostra que todos os publishers, diz ele, “abraçaram tablets, smartphones e a internet como parte integral de suas estratégias de publicação”. Aparelhos móveis “não são mais a onda do futuro, e sim aposta segura para atingir o público digital crescente”. O próprio nome da entidade americana mudou para acompanhar a crescente atenção aos produtos digitais. Até o mês de novembro, a AAM se chamava Audit Bureau of Circulations (ABC, escritório de auditagem de circulações), equivalente ao brasileiro Instituto Verificador de Circulação (IVC).
Tablets
Para a maioria, 63% das 210 empresas de mídia associadas da AAM que participaram do levantamento, “os tablets são o canal digital mais importante para o futuro de sua publicação”.
O que segue pendente é a definição da melhor tecnologia para publicação online.
O setor se divide entre os aplicativos em HTML5, acessados via browsers para internet, e os aplicativos “nativos”, que são produzidos para sistemas operacionais específicos (iOS, de iPad e iPhone; Android e outros).
Os primeiros já têm uma leve preferência dos jornais, com 74% desenvolvendo apps em HTML5, embora a proporção dos que desenvolvem apps “nativos” não fique distante, 69%. Muitos, inclusive o New York Times, preferem apostar nos dois.
De modo geral, jornais e revistas americanos estão desenvolvendo aplicativos para todos os aparelhos móveis, praticamente sem distinção: 87% têm versão para iPad, da Apple; 67%, para Kindle, da Amazon (em 2011, 24%); e 57% para Nook, da Barnes & Noble (em 2011, 14%).
“Paywall”
Além dos aparelhos móveis, a AAM destaca que também vem crescendo nos EUA a adoção de paywall, a cobrança para o acesso via site, que agora alcança 48% dos jornais e 41% do total das publicações pesquisadas.
Das publicações que ainda não têm paywall, 44% pretendem erguer seu “muro de pagamento” em no máximo dois anos. Nas últimas semanas foi divulgado que dois títulos tradicionais que ainda resistiam, Washington Post e Daily Beast/Newsweek, pretendem adotar assinaturas digitais em 2013.
O modelo mais disseminado é o “poroso”, que permite acesso grátis a determinado número de páginas por mês, como o do New York Times.
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[Nelson de Sá, da Folha de S.Paulo]