Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Recrutamento garante sucesso do LinkedIn

Uma das mais bem sucedidas empresas dedicada às redes sociais no Vale do Silício registrou um tremendo crescimento no ano passado, principalmente porque não se trata de um espaço para postar fotos de férias, classificar restaurantes ou jogar online com os amigos. Enquanto o Facebook e outras redes sociais registraram um desempenho instável das suas ações e outros desafios em 2012, o LinkedIn viu sua receita, lucros e preços das ações subirem 80%, graças à adesão de 200 milhões de profissionais e empregadores em potencial que pagam para acessá-los.

“O principal produto do LinkedIn é vender o acesso a talentos”, explicou Michael Pachter, analista de empresas de Internet na Wedbush Securities. E, segundo os especialistas, o website virou o mundo do recrutamento de cabeça para baixo. À medida que mais pessoas postam seus currículos no LinkdIn, os caça-talentos corporativos vêm utilizando cada vez mais o site para buscar candidatos potenciais a um emprego em vez de esperar que elas se candidatem.

“Isso mudou totalmente a maneira como fazemos as coisas”, disse Martin Millington, vice-presidente sênior de recursos humanos na Quantros, uma empresa de tecnologia. Em vez de postar vagas abertas e esperar uma resposta, os recrutadores usam o LinkedIn para procurar candidatos que atendem aos seus critérios, examinam suas relações profissionais e até os contatam discretamente.

O LinkedIn, que foi fundado há 10 anos e abriu seu capital em 2011, é promovido como uma rede online para pessoas que desejam postar seus currículos e manter contatos profissionais num formato mais orientado para os negócios do que o Facebook e outros sites. Parte da receita auferida pela empresa vem dos anúncios exibidos e da venda de recursos premium para os membros. No entanto, mais da metade dos seus quase US$ 1 bilhão de receita anual vem dos empregadores e recrutadores que pagam pelo que o LinkedIn chama de “soluções em talentos”, incluindo lista de empregos, páginas corporativas e software online que pode realizar buscas sofisticadas.

A empresa recentemente aprimorou este software, acrescentando algoritmos que “recomendam” candidatos potenciais a um emprego – com base em fatores como experiência, promoções recentes e até mesmo onde viveram. As ferramentas de recrutamento são a chave do futuro da companhia. “Nossas soluções para esse segmento são as que mais crescem”, disse Parker Barrile, diretor de produto da empresa. Segundo ele, mais de 16 mil empresas usam a ferramenta. “Temos ainda muito espaço para reinventar a forma como as pessoas contratam.”

Nenhum emprego é garantido para sempre

O LinkedIn fez algumas contratações em 2012: a empresa contratou 1.340 funcionários, ampliando sua folha para 3.458 pessoas. O CEO Jeff Weiner disse a analistas recentemente que a empresa também está se expandindo em Hong Kong, no Brasil e na Europa. Weiner, ex-executivo do Yahoo e recrutado em 2008 pelo fundador da companhia Reid Hoffman, também empurrou a empresa para novas linhas de negócios e fortaleceu seus serviços para smartphones e tablets.

Recentemente, o LinkedIn ofereceu um conteúdo adicional para seus membros, incluindo notícias comerciais e blogs de especialistas. E está em fase de experimentação de um serviço de assinaturas para ajudar vendedores a encontrar clientes por meio dos seus contatos em outras companhias. O serviço está sendo lançado lentamente para garantir que não será invasivo aos clientes nem inconveniente, dizem analistas.

Ao contrário do Facebook ou do Twitter, muitas pessoas não sentem necessidade de visitar o website diariamente, observou Patcher. Mas num mundo em que nenhum emprego é garantido para sempre, disse ele “muita gente acha que vale a pena estar no LinkedIn, para o caso de necessitar dele um dia”.

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Brandon Bailey, do New York Times