Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Equipe destitui editor da Der Spiegel

O jornalista Stefan Aust não é mais editor da revista Der Spiegel, mais influente semanário alemão, noticia a britânica Economist [10/1/08]. Contratado em 1994 para enfrentar a concorrência da Focus, ele foi ‘demitido’ do cargo na semana passada pelos funcionários, com o apoio da editora Gruner+Jahr, que detém 25% das ações. Seu contrato terminaria em 2010. Rudolf Augstein, editor que fundou a revista, deu à equipe da Der Spiegel metade das ações da empresa, em 1974.


Fundada em 1947, antes mesmo do aniversário oficial da República Federal da Alemanha, a revista tornou-se conhecida por atormentar o governo do primeiro chanceler Konrad Adenauer, promovendo o diálogo com o leste comunista e divulgando escândalos. Em 1950, a Câmara dos Deputados criou um comitê especial para investigar as denúncias de que parlamentares teriam recebido suborno para escolher Bonn como a capital da Alemanha.


Eficiente, porém rude


Aust conseguiu fazer do ano de 2007 o mais rentável para o grupo Spiegel – a revista passou a vender um milhão de cópias por semana, o sítio ultrapassou todos os concorrentes e a TV é um sucesso. Os críticos alegam entretanto que, para concorrer com a Focus, Aust tornou a Der Spiegel menos política e mais superficial, traindo o legado construído pela família Augstein, proprietária do grupo. Contrariando a tendência política da revista, o editor passou a adotar um discurso de direita, especialmente contrário ao governo social-democrata de Gerhard Schröder, entre 1998 e 2005. ‘O peixe começa a apodrecer pela cabeça’, desabafou a filha de Augstein, Franziska, na ocasião. Além disso, a equipe reclamava que Aust costumava ser muito rude com os funcionários. Um novo editor deve ser indicado no final de janeiro.