Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Estudo americano analisa cobertura da guerra

O Project for Excellence in Journalism, instituto de pesquisa independente voltado à mídia, divulgou esta semana o estudo ‘Retrato do Iraque’ (The Portrait from Iraq – How the press has covered events on the ground, em inglês), sobre a cobertura noticiosa americana da guerra em território iraquiano. Foram examinadas 1.100 matérias de 40 veículos de comunicação de janeiro a outubro; para complementar a análise da cobertura, foi feita também uma pesquisa com base na opinião de jornalistas que cobrem o Iraque.


Quase metade das pautas cobertas pela televisão e pelos jornais tratava de violência – 47 de cada 100 matérias. O estudo descobriu, entretanto, que o tema foi perdendo espaço com o passar dos meses. Tendo seu auge em maio, as reportagens sobre violência no Iraque ocuparam apenas 27% de espaço na programação televisiva e nos impressos no fim de outubro.


Contexto


Segundo um dos repórteres entrevistados, há uma preocupação em perceber se as matérias sobre violência ajudam a contextualizar o conflito. ‘A maior tragédia desta guerra tem sido como a mídia, de certa maneira, cansou o público com a violência’, diz ele. Apenas 3% das matérias analisadas tratavam sobre a vida e o cotidiano de cidadãos iraquianos comuns. Este resultado reflete a frustração dos correspondentes com a insegurança: a violência excessiva impede que eles circulem o suficiente para contar este tipo de história.


O estudo concluiu que matérias que tentam tirar conclusões sobre a eficácia das estratégias dos EUA acabam, na maioria das vezes, evitando adotar uma postura unicamente positiva ou negativa. Quatro em cada 10 matérias trouxeram uma avaliação combinada, enquanto 1/3 se mostrou pessimista e 1/4 viu uma melhora na situação. ‘A imprensa é muito mais pessimista sobre o governo iraquiano do que sobre o governo ou as políticas americanas’, diz Tom Rosenstiel, diretor do projeto. ‘A idéia de que há uma parcialidade anti-Bush não foi corroborada pelos resultados do estudo’. Informações de David Bauder [AP, 19/12/07].