O ex-agente da KGB Andrei Lugovoy, suspeito do assassinato do ex-espião russo Alexander Litvinenko, acusa o jornal russo Kommersant de prejudicar sua reputação por um artigo que o ligava ao crime. Litvinenko foi envenenado em Londres, em novembro do ano passado.
A Grã-Bretanha quer extraditar Lugovoy da Rússia para que ele enfrente julgamento pelo assassinato em um tribunal londrino. O ex-agente alega inocência e vai concorrer a uma vaga no parlamento nas eleições de dezembro; a Rússia se recusa a entregá-lo para julgamento no exterior.
Indenização
Lugovoy entrou esta semana com ação contra o Kommersant, um dos mais respeitados jornais do país, por uma matéria publicada em julho que ele diz ter prejudicado sua reputação. O ex-agente pede pouco mais de US$ 800 mil de indenização, mas promete doar o dinheiro para caridade. Em audiência, o diário ofereceu a publicação de um esclarecimento e propôs que Lugovoy dê uma entrevista para contar sua versão da história. Fora do tribunal, entretanto, ele rejeitou o acordo. ‘Iremos insistir em uma indenização material’, declarou. A próxima audiência está marcada para 6/11.
Litvinenko morreu no hospital após ser envenenado com polônio radioativo, altamente tóxico. Em uma carta escrita pouco antes de morrer, ele acusou o presidente russo, Vladimir Putin, de responsabilidade pelo envenenamento. Já Lugovoy, que trabalhou para o governo e depois para o empresário Boris Berezovsky, inimigo de Putin, afirma ter sido colocado em meio a uma rede de intrigas. Para ele, agentes secretos britânicos e o próprio Berezovsky seriam suspeitos mais prováveis. Ao sair do tribunal, o ex-agente afirmou que apóia a liberdade de imprensa, mas que ficou indignado com a reportagem do Kommersant, que o acusava pelo crime. Informações de Guy Faulconbridge [Reuters, 3/10/07].