Wednesday, 18 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

Ex-corretor teria usado revista para lucrar na Bolsa

O ex-corretor David Pajcin foi acusado pelo FBI de ser um insider – ou seja, de obter informações privilegiadas sobre a situação de empresas que têm seus títulos cotados na Bolsa de Valores. O objetivo é obter grandes lucros comprando ou vendendo ações, e a ação dos insiders é considerada ilegal nos EUA. De acordo com uma acusação federal, Pajcin teria obtido tais informações ao conseguir ilegalmente, com a ajuda de um funcionário da gráfica, cópias da revista Business Week antes de chegarem às bancas. O corretor teria comprado ações de pelo menos dez empresas sobre as quais a revista escreveu de maneira positiva de novembro de 2004 até março deste ano na coluna ‘Inside Wall Street’ (Por dentro de Wall Street).

Fraude não, habilidade

Paul Liever, advogado que representa Pajcin, afirmou que seu cliente se declarou inocente no interrogatório em Manhattan na quarta-feira (23/11). Segundo Liever, o tribunal teria ordenado que Pajcin, preso no Brooklyn, pague uma fiança para esperar o julgamento em liberdade condicional – na qual ele seria eletronicamente monitorado e obrigado a estar em casa de oito da noite até oito da manhã. Liever afirmou que o ex-corretor teria lucrado US$ 90 mil no último ano com ações que não teriam relação com os artigos da revista. ‘Foi tudo resultado de sua habilidade e análise’, argumentou o advogado.

O porta-voz da Business Week, Steve Weiss, afirmou acreditar que os problemas envolvendo Pajcin sejam isolados. Segundo ele, a revista protege a integridade de seu conteúdo, e por esta razão está cooperando com as investigações. Ao longo dos anos, a Business Week esteve envolvida em ações similares ao caso de Pajcin – que, em agosto, também foi acusado de ser um insider em outro caso, envolvendo a empresa Reebok. Esta acusação ainda não foi julgada.

A Business Week alega que, para tentar preservar seu conteúdo, apenas um número limitado de pessoas na redação tem acesso aos computadores usados para escrever e editar a coluna ‘Inside Wall Street’ e que as quatro gráficas responsáveis pela impressão são vigiadas com extrema segurança. Informações de Kevin Drawbaugh e Christine Kearney [Reuters, 23/11/05] e Timothy L. O’Brien [The New York Times, 24/11/05].