Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Ferramenta de busca vira palco de ira contra sítio anti-semita

Uma mobilização mundial conseguiu tirar um sítio anti-semita da primeira posição do sistema de buscas Google. O sistema foi duramente criticado por se recusar a tirar o sítio JewWatch.com de seu banco de dados, dizendo que não podia negar acesso a usuários porque isso trairia o compromisso de fornecer informações imparcialmente, independente de quão detestáveis possam ser. Mas a crítica ao Google não trouxe resultados. O que teve efeito foi a atitude dos próprios ativistas judeus, que exploraram uma ‘fraqueza’ do Google para rebaixar o sítio anti-semita para o 4o lugar no ranking de importância para buscas ao termo ‘Jew’. Até então, o JewWatch era o primeiro resultado a aparecer.

Com uma edição de HTML esperta, vários grupos judeus, acadêmicos e até um senador americano conseguiram rebaixar o sítio anti-semita e pôr, em primeiro lugar na busca, a enciclopédia Wikipedia, que há duas semanas nem estava no ranking. O JewWatch usou uma técnica apelidada de ‘Google bombing’, em que determinado termo é utilizado em várias páginas, remetendo ao mesmo link, sendo assim considerado relevante pelos algoritmos do Google. O jeito foi apelar para a mesma técnica. ‘Decidi pedir a todos que façam uma ação coordenada pondo em seus sítios links na palavra ‘Jew’ para a Wikipedia’, disse Daniel Sieradski, editor da Jew School, sítio dedicado à cultura judaica. O ‘Google bombing’ não é ilegal, mas turbina artificialmente a popularidade dos sítios. ‘Admito que estamos abusando, mas, francamente, é por uma boa causa’, disse Sieradski.

Há algumas semanas, um investidor de Nova York iniciou uma petição on-line pela remoção do sítio do sistema do Google. Na tarde de 13/4, o documento, disponível em www.removejewwatch.com, tinha mais de 50 mil assinaturas. O argumento que o dono do sítio até então usara era de que retirar o sítio do sistema acarretaria em uma degradação do princípio de integridade editorial do Google.com, cujos resultados são obtidos a partir de complexos algoritmos.

A Liga Antidifamação, que monitora grupos de atividade racista, veio em defesa do Google. No passado, o Google retirou do sistema de buscas sítios que lidavam com atividades ilegais, como pedofilia. Informações de Michael Mylrea [The Jerusalem Post, 15/4/04] e da Reuters [13/4].