A relação entre o Google e a Microsoft nunca foi das melhores. Mas ultimamente a ferramenta de busca mais popular da rede tem pisado sem piedade no calo da gigante de software, como mostra o artigo ‘On the desktop – once again, Google makes Microsoft look out of date’ (The Economist, 21/10/04). Praticamente todo mês o Google lança alguma novidade que faz a Microsoft parecer coisa do passado.
O lançamento deste mês é o Google Desktop Search, um software livre que posiciona um pequeno ícone na barra de tarefas do Windows. Ao clicar nele, o usuário é levado ao sítio do Google para pesquisas em páginas da internet. A diferença é que agora ele pode procurar também arquivos perdidos no disco rígido do seu computador.
Solução eficiente
Esta nova ferramenta de buscas é uma verdadeira facada no coração da Microsoft, já que expõe um dos maiores problemas do Windows: a dificuldade em se encontrar arquivos antigos no PC. O modelo de armazenagem de dados do sistema operacional era suficiente há alguns anos, quando os usuários mantinham poucos documentos arquivados. Hoje, as pessoas guardam milhares de arquivos, incluindo fotografias, textos, músicas e e-mails. Para achar algum arquivo esquecido há alguns meses no computador é uma tristeza.
Com o novo sistema de busca do Google a procura fica fácil. E isso cria uma situação completamente constrangedora para a Microsoft, maior empresa de software do mundo. A solução da companhia para este problema de seu sistema operacional foi anunciada há alguns meses. A nova versão do Windows, apelidada de Longhorn, terá um novo sistema de armazenamento de arquivos e uma ferramenta de busca adequada a ele. O Longhorn, porém, não chegará ao mercado antes de 2006, e já não se sabe se sua inovadora tecnologia de armazenagem e busca, chamada WinFS, continuará a fazer parte do projeto. Enquanto isso, o Google não perde tempo e ocupa o espaço.
Novidades e mais novidades
E o ocupa por todos os lados. Há alguns meses, o Google tem deixado que pessoas testem o seu novo serviço de e-mail. Chamado de Gmail, ele oferece um sistema eficiente de busca de mensagens e uma capacidade enorme de armazenamento de arquivos. Os próximos projetos da empresa incluem o Google Print, um software que permitirá a busca de informações dentro de livros digitalizados (similar à tecnologia já oferecida pela livraria virtual Amazon), e o Google SMS, que possibilitará que buscas na internet sejam feitas a partir de telefones celulares.
Mesmo com esse cenário desfavorável, não é nada prudente pensar que a Microsoft estaria ficando caduca. Nada disso. Segundo o artigo da Economist, o histórico da empresa mostra que ela costuma ‘chegar atrasada nas novas tecnologias, mas depois que chega joga tão pesado que consegue ser a última a ficar de pé’. Em um esforço para alcançar o Google, a Microsoft planeja lançar no fim deste ano uma nova ferramenta de busca que possa ser utilizada ao mesmo tempo na internet e no desktop. Mas o pouco que pôde ser visto do projeto até agora revela que ele se parece muito com o… Google.