Friday, 27 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Google tem valorização recorde

O Google desbancou as companhias rivais na semana passada e se tornou a empresa de mídia mais valorizada do mundo. O fenômeno da internet, que tem suas ações negociadas na bolsa de valores há menos de um ano, superou a gigante Time Warner, avaliada em US$ 78 bilhões. A companhia passou a valer 80 bilhões de dólares, com cada ação custando 285 dólares – há 10 meses, os papéis do Google estavam cotados a 85 dólares.

A valorização recorde do sítio de buscas trouxe à memória de analistas e empresários a euforia da fase pré-estouro da ‘bolha da internet’. Para lembrar: depois de supervalorizações, os papéis de empresas pontocom tiveram queda generalizada. Muitas destas companhias faliram; algumas das que sobreviveram tiveram que adaptar seu funcionamento à ausência das injeções milionárias de dinheiro.

Crescimento nada democrático

Hoje, o universo da internet que abriga gigantes como Google, Amazon, MSN, Yahoo! e eBay é bastante diferente. Se, em 1999, o número de internautas em todo o mundo não passava de 150 milhões, hoje supera a marca de 1 bilhão de pessoas conectadas. Os usuários da rede estão mais confortáveis para freqüentar e gastar dinheiro no ambiente online. Ao todo, os americanos – maiores entusiastas do comércio virtual – gastaram pouco mais de 69 bilhões de dólares em compras online em 2004. Segundo a empresa de pesquisas eMarketer, este valor deve dobrar nos próximos quatro anos. As receitas publicitárias também apresentaram crescimento em 2004: 2 bilhões de dólares a mais em relação ao ano anterior.

Sim, a situação é boa. Mas ao contrário do que parece, a internet não se tornou – novamente – o mapa da mina para todos, e está longe de ser um negócio democrático. As dez maiores empresas do setor concentram 71% do mercado apresentado acima. E mesmo elas correm riscos. Por isso, cautela parece ser a palavra de ordem para os investidores. Ainda que as receitas e lucros estejam subindo abruptamente, as valorizações das companhias mostram-se desproporcionalmente rápidas, avalia artigo do Economist Global Agenda [10/6/05]. Para o sítio, os investidores da rede precisam ter em mente que tudo que sobe rápido demais pode, com a mesma intensidade, despencar. Com informações da BBC [8/6/05].