Monday, 04 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1312

Grupos independentes financiam campanhas anti-Bush

Três campanhas publicitárias financiadas por grupos políticos anti-Bush serão veiculadas em 17 estados dos EUA a partir desta semana, em contra-ataque aos comerciais de TV republicanos que começaram a ser exibidos na última semana. A maior das campanhas terá sua estréia na próxima quarta-feira, custou US$ 5 milhões e foi paga com dinheiro proveniente de doações – que os partidos políticos não podem mais receber, de acordo com a legislação de financiamento de campanhas. Grupos de pessoas politicamente ativas têm coletado dinheiro para apoiar seus candidatos. Membros do Partido Republicano alegam que a tática para apoiar o senador John Kerry, candidato democrata, é ilegal.

Os grupos – dois dos quais já recolheram US$ 70 milhões – tentarão combater o presidente George W. Bush abordando temas como empregos, déficit e políticas de saúde. O comercial que irá ao ar quarta-feira chegará ao extremo de dizer que ‘a prioridade de George Bush é a erosão do sonho americano’. Dirigida por Harold M. Ickes, ex-funcionário da Casa Branca na gestão Clinton, a campanha será veiculada dias após a estréia da campanha publicitária do próprio Bush, que custou US$ 11 milhões. Os advogados da campanha de Bush anunciaram que prestaram queixa à Comissão Federal de Eleições, alegando que alguns dos comerciais são ilegais, já que se opõem explicitamente ao presidente. Os advogados questionam também a legalidade do dinheiro coletado pelas doações.

Os conselheiros da campanha de John Kerry, segundo reportagem de Glen Justice e Jim Rutenberg [The New York Times, 10/3/04], afirmaram gostar de ver duras críticas ao atual presidente dos EUA transmitidas na televisão. A única preocupação deles é que, de acordo com leis federais, membros da campanha do senador ou do Partido Democrata não podem trabalhar em conjunto com estas campanhas publicitárias independentes. Desta forma, corre-se o risco de se perderem em meio a interesses e temas priorizados pelo candidato.

Membros do Partido Republicano disseram que vão vigiar atentamente a relação dos grupos independentes com os democratas, para evitar colaborações ilegais. Representantes dos grupos disseram em entrevistas que estão mantendo distância da campanha de Kerry e que, até que a Comissão Federal Eleitoral ordene o contrário, continuarão a fazer suas próprias campanhas publicitárias.