Pelo endereço, a igreja londrina St. Bride’s não poderia ser dedicada a um público diferente. Localizada na Fleet Street, rua que, por muitos e muitos anos, foi o coração da indústria de jornais britânica, a igreja foi reconstruída com recursos da indústria jornalística após ser atingida por uma bomba na Segunda Guerra Mundial. A partir daí, tornou-se memorial definitivo dedicado a profissionais de imprensa que perderam suas vidas em conflitos no Vietnã, Somália, Bálcãs, Afeganistão e Iraque. No altar, além de fotos e nomes de repórteres mortos, há também uma cópia de declaração da Associação Mundial de Jornais atentando para o fato de que é cada vez maior o número de jornalistas assassinados a trabalho.
Segundo o padre David Meara, pároco da igreja, familiares de jornalistas consideram o local um ‘lar espiritual’. ‘Não importa suas crenças religiosas; fazemos o possível para estas pessoas em momentos de dificuldade e crise’, afirma. Linda Douglas, viúva do cinegrafista da CBS Paul Anthony Douglas, assassinado no Iraque no ano passado, é uma destas pessoas. Ela freqüentemente viaja 80 quilômetros para ir à igreja. ‘É estranho, porque não sou religiosa. Mas, no último mês, eu fui atraída para a St. Bride’s. É comovente ver no altar os rostos de pessoas que estavam apenas fazendo seu trabalho’, explica.
Mesmo com a maior parte dos principais jornais tendo se mudado de endereço, o sacristão da St. Bride’s, David Smith, alega que ‘os laços da igreja com as empresas jornalísticas estão mais fortes do que nunca’. O local é escolhido por jornalistas e seus familiares para eventos como casamentos, batizados e funerais, além de ser freqüentado por eles nas missas dominicais. Informações de Lachlan Carmichael [AFP, 28/2/07].