A revelação, na segunda-feira (27/8) à noite, de que o senador republicano Larry Craig havia sido preso há quase três meses por atentado ao pudor, por ter tido supostamente conduta ‘lasciva’ com um policial em um banheiro masculino do aeroporto em Minnesota, levantou a questão de como a mídia deixa passar determinados assuntos, opina Joe Strupp em artigo na Editor & Publisher [28/8/07].
O repórter John McArdle, do jornal Roll Call, que cobre o Capitólio e foi o primeiro a divulgar a notícia, admitiu ter recebido a informação de uma fonte, por e-mail, apenas na semana passada. ‘Você não imagina que uma notícia destas escape da atenção de jornalistas que trabalham para divulgar os fatos 24 horas ao dia’, afirmou McArdle. ‘[O senador] não queria que a notícia vazasse, e quase conseguiu’.
Investigação
O mais surpreendente é que a prisão de Craig ocorreu em um período em que ele era investigado por acusações de relações gays e conduta lasciva, feitas no final de 2006, quando um blogueiro afirmou que o político mantinha relações sexuais com homens. O senador conservador vinha há muito negando as acusações.
McArdle não quis revelar maiores detalhes sobre sua fonte. ‘Estávamos apurando a notícia desde que recebemos a informação. Tivemos que fazer uma busca nos sistemas de ordens de prisão’, contou o jornalista. O Roll Call também noticiou que o senador foi considerado culpado, no dia 8/8, por ‘atentado ao pudor’. O próprio McArdle admitiu estar surpreso com o fato da mídia – incluindo a local, de Idaho – não ter divulgado a prisão nem a condenação. Editores de grandes jornais de Washington justificaram que não têm correspondentes no local onde ocorreu o fato, que por isso passou despercebido.