Friday, 27 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

LinkedIn lembra os tempos da bolha

Um eco da euforia das pontocom da década de 1990 reverberou por Wall Street no dia em que as ações do LinkedIn, a rede social do mundo dos negócios, mais do que duplicaram em seu primeiro dia de pregão, avaliando a empresa em quase US$ 10 bilhões.

A forte receptividade apontou para a demanda reprimida por empresas de internet da geração Facebook, e deverá ser seguida por uma leva de ofertas públicas iniciais de outras empresas vinculadas à revolução da rede social on-line. Mas a operação também trouxe suspeitas de que uma nova bolha de internet pode estar se formando, já que os investidores se apressaram para pagar preços muito mais altos do que o nível considerado elevado apenas alguns dias antes.

As ações estavam sendo negociadas a US$ 122,69, uma alta de 173% em relação ao preço de US$ 45 por ação da oferta. A essa cotação, a empresa está sendo avaliada em cerca de US$ 9,8 bilhões, quase o triplo do nível em que iniciou a semana, quando os bancos atribuíram a faixa de preço de US$ 32 a US$ 35 aos papéis. Isso resulta num valor de mercado correspondente a 40 vezes as vendas do ano passado, patamar equivalente ao atribuído ao Facebook.

“Essa é uma avaliação muito generosa, remanescente da exuberância do ano 2000”, disse Michael Yoshikami, estrategista-chefe da administradora de grandes fortunas YCMNET Advisors.

Valor superior

“De certa forma, os investidores estão comprando LinkedIn porque não conseguem investir no Facebook. As pessoas estão simplesmente desesperadas para entrar na mídia social”, disse ele. “É difícil de explicar, com base no atual desempenho, acrescentou Ryan Jacob, do Jacob Internet Fund.

A empolgação estava no ar na sala de pregão da Bolsa de Nova York. Uma multidão se juntou na base de operações do Bank of America Merrill Lynch – que realizou o leilão de abertura – em um dos raros momentos da era eletrônica em que o pregão da Nyse ainda fervilha com energia.

O LinkedIn é ao mesmo tempo uma rede social centrada em negócios e uma provedora de serviços de recrutamento. Suas vendas duplicaram no ano passado, para US$ 243 milhões. Por usuário, o valor do grupo – quase US$ 100 – é superior ao do Skype, comprado na semana passada [retrasada] pela Microsoft por US$ 8,5 bilhões e avaliado em apenas US$ 13 por usuário.

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Do Financial Times, de Nova York e San Francisco