Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Milagres acontecem

Fui portador da hepatite C durante 10 anos e estou negativo há quase três anos. Conheço várias pessoas na mesma situação, e dizem que pode não negativar. Obrigado, meu Deus, sou prova viva de que milagres acontecem…

Fábio Flora, analista comercial, Florianópolis



Só para confundir

Gostaria de mencionar o fato de que, para o paciente comum (ou seja, que não entende termos médicos), a palavra ‘cura’ significa, entre outras coisas, ter qualidade de vida após o tratamento (de preferência com eliminação do vírus). O que o paciente quer do médico é um tratamento digno e ético, um ponto de vista positivo, otimista, e não uma aula de dialeto médico. A nomenclatura utilizada pelos médicos só serve para confundir os pacientes em tratamento. Agora eu pergunto: é isso que o Sr. Abdo Gavinho chama de ‘ética’ que deve prevalecer para os pacientes de hepatite C?

Milena Popovic, engenheira, São José dos Campos, SP

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MÍDIA & HOMEOPATIA
Por quê? Por quê?

Nem uma coisa nem outra. Nem o prezado colunista nem o Fantástico podem querer, um em poucas linhas (mesmo chamando o testemunho da Royal Society) e o outro em poucos minutos, comprovar ou acabar com um tipo de medicina que existe há tanto tempo e é utilizado em tantos países e por milhões de pessoas. Uma pequena questão: por que todo mundo quer sempre ser o dono da verdade? Por que a verdade tem que ser única (quando nem a ciência é, nem ela acerta sempre)? Me dá uma desesperança na humanidade…

Victoria Andrews, tradutora, São Paulo

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ENRIQUECIMENTO DE URÂNIO
Ao poeta do SBT

Enviei a mensagem abaixo ao SBT, após assistir a um comentário exibido num dos telejornais da emissora. Não tendo certeza quanto à recepção do texto, e sendo esse site um fórum de debates sobre jornalismo, repasso a vocês.

Antônio Luiz Veneu Jordão

‘Foi com tristeza e indignação que acabei de assistir, no jornal do SBT (às 1h de 27/5/04), do qual sou telespectador assíduo, a um comentário extremamente infeliz do Sr. José Nêumanne Pinto. O comentarista, ao ridicularizar a tecnologia brasileira de enriquecimento de urânio, mostrou total ignorância sobre o assunto e, conseqüentemente, profundo desrespeito à Marinha do Brasil, instituição responsável pelo desenvolvimento desta capacidade nacional. O processo de enriquecimento de urânio criado no Brasil, para a informação do poeta, é um dos mais cobiçados segredos da tecnologia nuclear mundial. É realizado através de ultracentrífugas cuja capacidade de produção superam, sob quaisquer pontos de vista, a tecnologia empregada nos EUA, na Europa, na Rússia e, sem dúvida, na China.

Além de ser muito mais econômico (barato), o processo é limpo (não produz dejetos poluentes) e conduz o minério ao mais alto teor de pureza. Projeto, materiais e processos empregados para a construção, montagem e operação destas centrífugas têm sido objeto de intensa especulação por parte dos países ‘mais desenvolvidos’ na tecnologia nuclear. Sob pretexto de limitar a produção de armas atômicas, estes atores se apresentam disfarçados em organismos internacionais para fiscalizar (espionar) nossa tecnologia, por meio de inspeções às quais suas fábricas e instalações jamais se submeteram.

Enfim, senhores, esta comparação, do enriquecimento de urânio no Brasil ao futebol do Afeganistão, pode até ser explicada pela formação profissional do comentarista – um poeta não precisa mesmo entender patavinas sobre energia nuclear. No entanto, na falta de um engenheiro, físico ou polemologista [Nota do OI: estudioso da guerra como fenômeno social autônomo], suplico que orientem o comentarista disponível a informar-se junto ao MCT, ao MinDef ou à Marinha, antes de se aventurar a falar bobagens baseadas, aparentemente, num desafeto com um político ou outro. Lembrem-se de que os primeiros escalões podem até ser ocupados por políticos despreparados. Mas eles vêm e vão, enquanto nas instituições existem muitos funcionários, cientistas, pesquisadores e servidores concursados, trabalhando sério para desenvolver o país, a despeito das dificuldades orçamentárias, conjunturais e políticas. Atenciosamente, Antônio Jordão.