O hipertexto é uma ferramenta de narrativa e linguagem digital que interliga em uma mesma rede diferentes blocos de conteúdo (texto, imagens, vídeos, áudios e infográficos) que se vinculam a outros, mantendo uma relação de elo associativo entre si e que podem ser acessados através de links. A velocidade e a estrutura hipertextual ultrapassa, tanto em quantidade como em qualidade, a recepção da informação transmitida de forma oral.
Essa nova linguagem segue naturalmente, segundo o filósofo e pesquisador francês Pierre Levy, a lógica do pensamento e da percepção humana, baseada na identificação e associação de significados já armazenados em nossa mente, na qual um texto lembra uma imagem, que remete a uma música, que recorda um filme.
O hipertexto nasce com o objetivo de facilitar a comunicação entre diversos conteúdos, proporcionando maior velocidade e eficiência no processo de leitura e de recuperação da informação, por meio de uma “memória” (banco de dados), promovendo interatividade aos usuários que acessam as informações.
Assim como na informática e no jornalismo, o hipertexto tem um papel fundamental na vertente ensino-aprendizagem, pois ele colabora eficazmente na formação do conhecimento do estudante, atuando como ferramenta de pesquisa conectada a materiais de referência, interligados a diversas temáticas transversais e interdisciplinares em uma mesma plataforma, suprimindo as barreiras que separam as áreas do conhecimento.
O universo por trás da lousa e do giz
Ao fazer uso do hipertexto, o estudante estará, automaticamente, integrado em uma rede de conhecimentos e mergulhado em uma narrativa que, além de didática e compreensiva, permitirá seu livre caminho pelos níveis de conteúdo, podendo ser acessados de maneira não hierarquizada, de forma a criar sua própria trajetória pela informação.
Nas academias, o hipertexto já não é visto apenas como instrumento que oportuniza uma aula diferente, mas como um canal que oferece a entrada de novos recursos pedagógicos e inquietações aguçam o lado curioso de uma geração de conectados que, por meio deste, interagem com novas informações e novas tecnologias.
Pedagogicamente a inserção do estudante no universo hipertextual deve acontecer de forma voluntária e por interesse próprio, onde eles descobrem a existência de um canal de saberes e potencialidades responsáveis pela construção do conhecimento e do poder da argumentação fundamentada, impulsionando-o à pesquisa e à produção textual exigida atualmente.
Na educação, o hipertexto assume também seu caráter colaborativo onde seus leitores podem participar ativamente como redatores e editores de sua própria pesquisa, possibilitando a criação de novos percursos, traçando novos caminhos e conectando mais links, a partir de novas associações. Neste contexto, tanto o educador quanto o estudante assumem uma parceria na aquisição e troca de conhecimento.
Mais que uma ferramenta fundamental no processo atual de ensino-aprendizagem, o hipertexto é analisado como recurso facilitador na transmissão e na busca de novas informações. No entanto, a utilização desta ferramenta no século 21 ainda é mínima, pois se de um lado temos instituições não equipadas com tecnologias de acesso ao uso desta, de outro temos a resistência de educadores que se recusam a desvendar o universo por trás da lousa e do giz, da caneta e do caderno, e da tradicional biblioteca.
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Jean Carlos da Silva Monteiro é estudante