As redes sociais aumentaram o alcance das notícias, no entanto essas mídias produzem a ligeireza da leitura de títulos ou pequenas frases. O esforço do repórter em investigar, escrever, checar e refletir as informações é descartado muitas vezes por leitores e jornalistas velozes que buscam palavras chaves.
Se o título postado no Twitter do veículo de informação não for chamativo, curioso ou polêmico, dificilmente o internauta dará atenção. E será que apenas um título bem planejado garante o clique do internauta, tendo em vista os milhares de links que são apresentados na página do Twitter?
Até que ponto um clique se reverte em leitura crítica? Ter esta informação e trabalhar para aumentar a leitura nas redes sociais deve ser o desafio dos veículos, profissionais de imprensa e interessados no assunto. Se depender da grande mídia e da indústria cibernética, tudo ficará como está.
Textos chaves
A grande indústria do ciberespaço fatura com seus anunciantes e com cliques dos internautas em seus anúncios relacionados. Isso é um fato conhecido por quem têm alguma familiaridade com a organização da internet, principalmente na atual conjuntura. Quanto maior o volume e o fluxo de informações, melhor.
Pedir para estes grandes loteadores e inventores do ciberespaço, sem rosto ou morada, conteúdos mais democráticos e críticos pode soar como piada. Preocupados com a lucratividade e o adsense de seus espaços, calculam e planejam tudo conforme as palavras chaves.
Tomara que após a valorização da palavra como chave venha também a coroação do texto como chave. Todos querem entrar no rol dos prediletos, escolhidos e badalados entre os buscadores e internautas. Quantos informativos estão preocupados em postar os textos chaves para entendermos os problemas?
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Jornalista, especialista em Linguagem, Cultura e Ensino, Foz do Iguaçu, PR