O avanço tecnológico ocorrido principalmente a partir das décadas de 80 e 90 modificou, profundamente, o perfil dos profissionais que trabalham com informação, como jornalistas, relações públicas, publicitários, bibliotecários, administradores de empresa, cientistas da computação e designers, entre outros. Se, por um lado, o advento da internet comercial, a partir de 1995, abriu novo campo de trabalho para nós, por outro, vem exigindo, da nossa parte, o crescente domínio de novas habilidades e competências tecnológicas e a atualização constante desses conhecimentos.
Há duas décadas o computador era visto como uma ferramenta capaz de agilizar processos, armazenar dados e informações e realizar cálculos matemáticos e estatísticos rapidamente. Hoje, além de tudo isso, ele tornou-se uma central de informações em rede, cujas páginas de web, acessadas por seu intermédio, envolvem, em seu desenvolvimento e manutenção, profissionais oriundos das áreas de tecnologia, comunicação, marketing e administração. Imaginem uma redação de jornal online dos dias de hoje e comparem-na com uma redação de jornal impresso das décadas de 60 e 70. A preocupação principal do repórter daquela época baseava-se na apuração da notícia e sua diagramação na página.
Objetivo maior, a palavra
Hoje, o repórter não só apura a notícia como, na maioria das vezes, ele mesmo a publica na internet, com o auxílio de softwares editores de conteúdo. Além disso, ele precisa interagir com designers e programadores, quando surge a necessidade de criar algum sistema para a página. Não nos esqueçamos também da parte de apuração e pesquisa, que agora é feita pela própria rede, além dos contatos para entrevistas, que na maioria das vezes é feito por e-mail, além do velho e bom telefone.
Assim, não somente no jornalismo, mas em todas as outras áreas já citadas aqui e em muitas outras, a relação profissional-tecnologia é um binômio inevitável. O profissional da informação de hoje, então, precisa, mais do que nunca, se adaptar a essa nova realidade e conviver lado a lado com o avanço tecnológico. Uma boa saída para isso são os cursos de pós-graduação, como mestrados lato e stricto sensu. Especialistas em carreira aconselham, no entanto, que o profissional escolha uma área diversa daquela na qual se formou, para se especializar e, assim, diversificar suas habilidades e competências. Isso porque uma das palavras mágicas do mercado, atualmente, é a polivalência ou versatilidade. Isso não significa que devemos ‘atirar para todos os lados’, ou sair do nosso viés principal, que é o jornalismo, mas, sim, precisamos ser capazes de lidar com diferentes situações profissionais, entender um pouco de cada área afim e, principalmente, ter capacidade de adaptação às mudanças. Uma nova tecnologia que chega, uma nova gerência que assume, duas empresas que se fundem etc.
Mas, evolução profissional à parte, não devemos nos esquecer de que a origem da nossa profissão é a palavra, é o texto. Utilizamos ferramentas tecnológicas que são fantásticas, que operam maravilhas em nossas páginas impressas e eletrônicas. Mas não nos esqueçamos de que essas ferramentas são apenas instrumentos-meio, nos ajudando a atingir nosso objetivo maior, que é transmitir a informação de forma clara, objetiva e, sobretudo, com credibilidade e qualidade.
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Jornalista especializado em Inteligência Organizacional e Competitiva; trabalha com internet desde 1995