Site novo é sempre assim: a gente ouve elogios que são um barato ouvir. E críticas, também – é nossa obrigação responder. Desde que o novo Globo foi ao ar, grudamos no email, Twitter, Facebook, Google+ e tantos outros caminhos escolhidos por vocês para comentar. São três as questões levantadas com maior frequência. Vamos a elas:
Cadastro novo?
Pois é: quem comenta nos blogs precisará fazer um novo cadastro. Devíamos ter avisado antes para deixar a todos preparados mas, no meio de todos os preparativos para uma mudança tecnológica de grande porte, vacilamos. Pedir desculpas é o mínimo.
O novo cadastro é o Cadun, Cadastro Único da Globo.com. Ele permite acesso aos comentários cá n’O Globo mas também em outros sites do portal. Muitos já o têm, basta fazer login. Para quem não fez, é coisa rápida: nome, email, data de nascimento. Só.
Há uma diferença em relação ao cadastro anterior: não há apelidos. Apelidos em comentários são uma tradição da internet, mas isso está mudando. As duas comunidades virtuais que mais crescem, Facebook e Google+, não permitem apelidos. É que quando todo mundo assina o próprio nome, a qualidade da conversa melhora. O nível de cortesia aumenta.
Sabemos que, no caso do nome, a mudança é polêmica. Assinar comentários anonimamente tem lá seus convenientes. Mas acreditamos que um espaço de conversa mais franco e agradável pode surgir desta mudança, assim como tem acontecido nas mídias sociais.
Onde estão os comentários das matérias?
Nos blogs, como é o caso deste aqui, os comentários seguem onde estavam antes. Mas eles não aparecem nas matérias postadas no site. Estamos nos retorcendo aqui: como fazem falta. Comentários de leitores são um termômetro importante para a redação e um espaço necessário para o debate.
Os comentários vão voltar. Não estão aqui ainda por um problema técnico. O site d’O Globo não mudou só de layout, mudou também de plataforma. O software que usamos para a publicação é novo.
A mudança era necessária por dois motivos. Primeiro porque o programa anterior já era antigo, faltavam ali várias funcionalidades necessárias para a internet de hoje. E, depois, porque integramos a antiga redação do Globo online com a do jornal. São mais jornalistas produzindo tanto site quanto jornal.
Para que o processo funcionasse bem, era necessário um único programa capaz de receber textos, fotos e vídeos e distribuí-los tanto pelas plataformas digitais quanto o tradicional impresso. Só que programa novo às vezes é assim: algumas coisas não funcionam direito de primeira, têm de ser ajustadas. Neste caso, os comentários foram vítimas. Mas, tão cedo quanto possível, eles estarão de volta.
Onde está o plantão?
O antigo plantão era a lista das notícias mais recentes publicadas no site. Esta lista continua existindo logo abaixo da caixa de Seleção O Globo.
Mas há também uma mudança de conceito. O jornalismo vive esta tensão entre a notícia apressada e aquela confirmada, pensada e publicada. Qualidade jornalística não desaparece com a internet. Sites de veículos tradicionais como o americano New York Times, o britânico Guardian ou o espanhol El País mostram que qualidade convive perfeitamente com grandes audiências online.
A responsabilidade jornalística é da natureza d’O Globo. Sim: persistimos com pressa de publicar e informar nossos leitores. Ter fome de furo, de dar primeiro, está na nossa natureza como jornalistas. No entanto, queremos oferecer mais do que a notícia apressada. Aqui, leitor, estará uma notícia viva. Ela pode nascer com três frases, mas não terminará aí como o velho plantão. Vai crescer ao longo do dia, conforme sabemos de mais fatos, confirmamos informações e temos a capacidade de oferecer contexto.
Qualidade é nossa prioridade.
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[Pedro Dória é editor executivo de Plataformas Digitais de O Globo]