O país será confrontado ao longo desta década com um conjunto de desafio decorrentes do inevitável crescimento da importância da economia digital.
Torna-se absolutamente necessário recuperar os valores tradicionais e desenvolver a capacidade estratégica dos brasileiros, o que só é possível, criando grupos de pessoas que entendam (tenham conhecimento científico) e se complementem durante períodos de tempo consideráveis.
Estes dois fatores são de tal forma críticos que, numa sociedade baseada no conhecimento, serão determinantes para a produtividade e a competitividade do país no futuro.
Na década de 90, a competitividade dos países e das empresas assentou na informação, no conhecimento e na competência dos seus recursos humanos e por isso os fatores de competitividade decisivos foram à inovação, a tecnologia, a capacidade estratégica e de organização das pessoas e das empresas.
A economia digital é caracterizada pelo curto ciclo de vida dos produtos e serviços, o que conduz a uma maior necessidade e capacidade de formar novos conceitos, de análise e perspectivação da evolução dos negócios; de análise do impacto das tecnologias avançadas de informação na redefinição da cadeia de valor e da cadeia de operações dos negócios e de perspectivar novos modelos de negócios conduzindo a novos produtos e serviços centrados nas necessidades dos clientes e dos valores que estes atribuem aos novos produtos e serviços, criando assim, um novíssimo paradigma da sociedade da informação.
Este novo paradigma obriga a uma maior capacidade acadêmica, científica e tecnológica dos recursos humanos do país, das empresas e na necessidade de criar uma maior competitividade dos nossos sistemas de ensino, formação profissional e educação ao longo da vida.
Implica, também, na capacidade de desenvolver uma nova cultura empresarial baseada na inovação, na competência, no conhecimento ao longo da vida, no empreendedorismo e numa administração publica ágil e flexível onde a missão e o espírito de serviço sejam partilhados e encontrados.
Novas oportunidades
Por outro lado, é absolutamente necessário promover o aparecimento de uma nova classe empresarial, baseados num profundo espírito inovativo/competitivo, com conhecimento acadêmico, científico, tecnológico e da história do nosso país, virada para os negócios de base tecnológica e com uma crescente participação da informação e do conhecimento que irão apresentar novas oportunidades de retomada do crescimento.
A sociedade de informação e em particular a economia digital coloca-nos alguns desafios que deverão mobilizar a sociedade brasileira, onde os fatores de competitividade, como a capacidade estratégica e de gestão, a inovação, a informação e a internacionalização serão decisivas.
Entre os principais desafios da economia digital, que se colocam ao nosso país, podemos destacar a promoção de:
**
uma cultura do saber científico e tecnológico, assente numa forte cultura dos valores tradicionais;**
um espírito empreendedor e de uma capacidade de inovação;**
uma capacidade estratégica e de visão sobre novas oportunidades de negócios ou novas atividades;**
uma capacidade de auto-aprendizagem ao longo da vida, criando estímulo para a melhoria da produtividade individual e de grupo/equipe;**
uma capacidade de liderança, de organização por processos e de gestão por projetos.Portanto, o novo modelo para a sociedade da informação estará baseado, cada vez mais, na cooperação e na parceria entre empresas, centros tecnológicos e Universidades, procurando a satisfação de novas oportunidades de mercados (locais, regionais, nacionais e internacionais) para a criação de novos produtos e serviços, gerando novas oportunidades de negócios e de desenvolvimento para o país.
******
Professor da Faculdade Paraibana, João Pessoa (PB); e-mail