Líderes da oposição do Peru criticaram o governo por ter assumido o controle temporário de uma das maiores emissoras do país, a Panamericana Televisión, acusando-o de tentar restringir a liberdade de expressão, noticia a Reuters [4/6/09]. O presidente Alan Garcia defendeu a medida, alegando que o grupo de TV devia US$ 39 milhões em taxas.
Em muitos países da América do Sul, líderes de esquerda entraram em conflito nos últimos anos com emissoras de TVs e jornais e, em alguns casos, governos assumiram o poder ou fecharam organizações de mídia críticas do governo. Neste caso, a Panamericana Televisión não é crítica ao governo de Garcia, mas opositores alegam que a tomada da emissora é um sinal que o presidente quer tomar o controle da mídia. ‘O governo está tentando monopolizar o poder’, opinou o ex-presidente peruano Alejandro Toledo, fundador do partido de oposição Peru Posible.
É o que também pensa Lourdes Flores, que concorreu duas vezes para a presidência e lidera a terceira coalizão de centro-direita do país. Para ela, o governo está tentando controlar as informações de olho nas próximas eleições presidências, em 2011. Já Garcia, que não pode concorrer por um segundo mandato consecutivo, negou que a iniciativa tenha sido motivada politicamente. ‘A liberdade da imprensa será rigorosamente respeitada’, prometeu. ‘Todas as empresas peruanas pagam taxas e com emissoras não deveria ser diferente. Espero que as dívidas sejam pagas e o canal volte ao âmbito privado’.