A radialista Parnaz Azima, detida desde janeiro no Irã, pediu esta semana ao governo americano que encerre sua campanha pela democracia no país, alegando que ela encorajou o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, a limitar a liberdade dos cidadãos. Parnaz mora em Praga e trabalha para a rádio Farda, afiliada da Radio Free Europe/Radio Liberty e financiada pelos EUA.
Além dela, também acusados de prejudicar a segurança nacional, foram detidos a professora Haleh Esfandiari, o cientista social Kian Tajbakhsh e o empresário californiano Ali Shakeri, que trabalha para uma ONG destinada à promoção da paz. Todos têm dupla nacionalidade iraniana e americana.
Confissão e demissão
No dia 25/1, o passaporte de Parnaz foi apreendido quando a jornalista chegava a Teerã para visitar sua mãe. Após pagar fiança, ela foi libertada, porém impedida de sair do país. Os outros três permanecem sob custódia e o governo iraniano não se pronunciou sobre seu destino.
A repórter tampouco sabe sobre seu futuro, mas afirmou que foi informada que, para poder deixar o Irã, terá que admitir ter colaborado com o movimento pró-democracia e abandonar seu trabalho na rádio. ‘Ninguém pode me dizer o que fazer e onde ir, por isso não aceitei a proposta do governo’, afirma. ‘Segundo meu advogado, tenho que esperar a Corte decidir o que acontecerá comigo. O juiz afirmou que isto pode levar de um a dois anos’. Já a porta-voz do governo iraniano, Alireza Jamshidi, informou que a investigação dos quatro se encontra em ‘fase final’ e que os resultados seriam divulgados em duas semanas.
Campanha
O governo americano investiu US$ 66 milhões em uma campanha para promover reformas no Irã, através de transmissões de notícias, entretenimento e músicas em língua persa na rádio Farda. A Radio Free Europe/Radio Liberty é uma empresa privada sem fins lucrativos, fundada em 1949. Seu objetivo é divulgar notícias pró-Ocidente e ‘valores democráticos’. A rádio é transmitida em 28 línguas para 20 países. Informações da AP [26/6/07].