Alguns o chamam de MyDoom, outros, de Novarg. Seja qual for seu nome, o fato é que este novo vírus assusta, há algumas semanas, os donos de computadores que utilizam o sistema operacional Windows. Potente e mais veloz do que nunca, ele é preocupante porque parece ter um motivo por trás da infecção.
Mais do que obra de hackers adolescentes em busca de diversão, especula-se que o MyDoom tenha natureza conspiratória e política. Isso porque, além de humilhar a Microsoft, sua ação transforma os computadores infectados em armas contra uma controversa companhia chamada SCO.
A gigante Microsoft e a pequena firma SCO, baseada em Utah, têm apenas uma coisa em comum. Ambas são firmemente odiadas pelos programadores e propagadores dos softwares livres, pessoas que acreditam que os códigos dos programas de computadores deveriam ser compartilhados, e não vendidos.
Vamos aos motivos. A Microsoft é odiada simplesmente porque representa o modelo oposto. Ela é a maior empresa de software do mundo, e vende seus programas. Outra razão para tanta implicância é a rivalidade entre o sistema operacional da empresa, o Windows, e o Linux, o mais famoso dos softwares livres.
Já a SCO, ao contrário do que possa parecer, é mais odiada ainda. Ela é pequena, mas incomoda – e muito – o Linux. Segundo a empresa, o Linux funciona com códigos roubados de um antigo sistema operacional seu, chamado Unix. Por esta razão, a SCO já processou firmas que distribuem o Linux, como a IBM, e pretende, em breve, processar aquelas que utilizam o sistema.
Como resultado, alguns hackers declararam guerra à SCO. O MyDoom já é o quarto ataque que o site da empresa sofre. Darl McBride, chefe executivo da SCO, afirmou que a empresa pagará uma recompensa de US$ 250 mil para quem tiver informações que ajudem a chegar aos criminosos. Por outro lado, líderes do Linux dizem-se ultrajados com a sugestão de que alguém de sua comunidade possa estar por trás dos ataques. Seja quem for o culpado, a briguinha cresceu e virou guerra declarada. Até o FBI está cuidando do caso.