Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Rede de ilegalidades

A imprensa deixou passar despercebidos os mais de 600 pedófilos encontrados na rede de relacionamentos do Orkut, o principal site deste gênero do Brasil. Também não interessa à imprensa os outros crimes que são cometidos por alguns membros de diversas comunidades estabelecidas no Orkut. Por um motivo ou outro, as notícias a respeito do poderoso Google não ganham força na mídia nacional.

Na cidade de Araçatuba, interior de São Paulo, jovens usam o Orkut e YouTube para promover corridas de racha, camisetas com os dizeres ‘a mesma velocidade que diverte é a que mata… e daí?’ também fazem parte da divulgação dos rachas na cidade. Tudo isso poderia virar manchete para ilustrar o lado ruim do Orkut, mas não tomam muito espaço da mídia sensacionalista, que está mais preocupada em fazer justiça ou ganhar pontos de audiência.

É comum encontrar no Orkut comunidades que ofendem homossexuais, negros, religiões, partidos políticos e outras coisas mais. Isso é do conhecimento da mídia antes mesmo da CPI da pedofilia ser instalada no Congresso, mas ainda não foi suficiente para servir de noticiário nas emissoras de TV e nos vários portais de internet.

Casos de maior importância

Se levarmos em consideração a quantidade de páginas com conteúdo pornográfico, podemos dizer que o Orkut é o campeão neste quesito no Brasil. Existem vários perfis de mulheres e homens oferecendo seus ‘trabalhos’. Comunidades que seguem este mesmo gênero também têm um espaço considerável na rede de relacionamento – que prega a liberdade de expressão aqui, mas faz o jogo do ditador comunista na China.

Mas tudo isso tem uma explicação. O trabalho dos grandes jornalistas do Brasil está pautado em casos de maior importância. Lutar pela criação de leis que punam crimes pela internet pode ficar para depois, o importante agora é fazer com que a população esteja bem informada sobre o andamento do caso Isabella.

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Jornalista precário, Santo Antonio do Aracangua, SP