Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Repórter é espancado por policiais à paisana

O jornalista Darío Illanes, do diário El Tribuno, foi espancado por policiais à paisana em 1/8, na cidade argentina de Salta. Illanes e outros jornalistas visitavam um centro de detenção para menores quando os policiais chegaram em um carro sem placa. Os profissionais de imprensa estavam no local para obter informações sobre um protesto ocorrido no dia anterior.

Cerca de 100 menores são mantidos no centro de detenção. De suas celas, alguns deles, crianças e adolescentes, contavam aos jornalistas casos de abuso quando os três policiais se aproximaram, agarraram Illanes e o acertaram com um golpe. O jornalista foi levado para uma cela separada, longe da vista dos outros repórteres, e espancado. Seus colegas podiam ouvir seus gritos, e depois de uma hora e meia conseguiram com que ele fosse libertado.

Illanes sofreu ferimentos em diversas partes do corpo, e prestou queixa por agressão. O chefe de polícia de Salta, Gilberto Pereyra, afirmou que o incidente seria investigado e que os três policiais envolvidos seriam suspensos. Ele ressaltou, entretanto, que o jornalista estava no local sem autorização. ‘Illanes foi vítima de um ataque inaceitável à sua liberdade jornalística e dignidade como ser humano simplesmente por ousar investigar o sensível tema de detentos menores de idade’, declarou a organização Repórteres Sem Fronteiras.

Padre ameaça jornalista freelancer

Outro incidente na semana passada também ajudou a lembrar o duro período de ditadura militar na Argentina. O jornalista freelancer Alfredo Silletta e sua família foram ameaçados em 31/7 pelo padre Carlos Miguel Buela, fundador do Instituto do Verbo Encarnado, grupo católico de extrema direita.

Silletta recebeu a ameaça após uma entrevista com o cardeal Jorge Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires, sobre a influência negativa de grupos como o de Buela na igreja Católica. O padre enviou uma carta ao jornalista com um trecho do evangelho de Lucas (17, 2): ‘Melhor lhe seria que se lhe atasse em volta do pescoço uma pedra de moinho e que fosse lançado ao mar. […] Tomai cuidado de vós mesmos’. A mensagem foi interpretada como uma alusão ao modo como os militares se livravam de seus inimigos durante a ditadura, drogando-os e os jogando de helicópteros no Rio da Prata. Informações da Repórteres Sem Fronteiras [3/8/07].