A revista americana Rolling Stone publicou na semana passada a última entrevista concedida por John Lennon, realizada três dias antes de sua morte, em dezembro de 1980. A conversa com o jornalista Jonathan Cott durou nove horas. Logo após o assassinato de Lennon, trechos da entrevista foram publicados na Rolling Stone, mas Cott nunca havia transcrito todas as fitas, até recentemente. ‘No começo do ano, estava limpando meus armários para encontrar alguns arquivos quando me deparei com fitas nas quais estava escrito ‘John Lennon, 5/12/80’’, contou o jornalista. ‘Já havia 30 anos desde que as ouvi pela última vez, e quando coloquei para tocar, veio a voz totalmente tônica e viva’.
Na entrevista, Lennon atacou fãs e críticos que o perseguiram durante os cinco anos em que decidiu ficar longe da música. ‘O que eles querem são heróis mortos, como Sid Vicious e James Dean’, disse. ‘Não estou interessado em ser um p*** herói morto. Então, esqueça’.
Além disso, ele falou sobre a possibilidade de voltar a fazer shows. ‘Mas sem bombas de gás, batons ou luzes. Será algo confortável. Mas podemos nos divertir. Estamos recomeçando, somos roqueiros nascidos de novo. Temos muito tempo, certo? Muito tempo’.
A mulher de Lennon, Yoko Ono, também contribuiu com a edição da revista que marca o aniversário de 30 anos da morte do cantor. Lennon foi assassinado a tiros em frente ao prédio Dakota, onde morava em Nova York, em 8 de dezembro de 80. Seu assassino, Mark Chapman, esperou a polícia chegar ao local do crime e se entregou. Chapman, que continua preso, afirmou que estava obcecado pela ideia de matar Lennon. Informações da Reuters [8/12/10].