A Tribune Company se encontra em situação semelhante à enfrentada pela grande parte das companhias de mídia nos EUA: há lucros, mas os custos só crescem e o preço das ações só cai. Em um esforço para contornar o problema, a companhia, responsável pelos jornais Los Angeles Times, Chicago Tribune, Newsday, Baltimore Sun e Orlando Sentinel, entre outros, cortou sua força de trabalho em 4% – o equivalente a 900 empregos.
Além do impacto dos cortes, a Tribune teve que enfrentar também uma campanha pública contra a decisão de fazê-los. A MoveOn Media Action, braço da organização liberal MoveOn, resolveu protestar, alegando que os cortes nas publicações da Tribune enfraquecem importante ramo do jornalismo. A campanha incluiu manifestações públicas e abaixo-assinados nas cidades que possuem os jornais da companhia. Em uma conferência de investidores em Nova York, no início do mês, a MoveOn entregou as listas com 45 mil assinaturas de protesto para um assessor do executivo-chefe Dennis J. FitzSimons. O grupo, entretanto, não conseguiu acesso direto a ele para discutir a questão, e enviou um e-mail posteriormente. FitzSimons respondeu a mensagem.
Nela, ele é pouco específico sobre a situação financeira da Tribune, mas contesta a afirmação da MoveOn de que os cortes prejudicaram os jornais da companhia. ‘O compromisso da Tribune com o jornalismo de qualidade e com os leitores e anunciantes de nossas comunidades locais não mudou nem um pouco’, escreveu. ‘Mas o ambiente da [indústria de] mídia está mudando e nós temos que mudar junto’. O executivo-chefe afirmou ainda que, como o trunfo da empresa é cobrir as comunidades locais ‘como ninguém mais pode fazer’, é preciso que ela se mantenha ‘financeiramente forte’.
Mesmo que a Tribune não tenha sido a única companhia de mídia a eliminar postos de trabalho no país em 2005, os manifestantes da MoveOn afirmam que a situação dela deve ser observada separadamente. ‘Ninguém na indústria de jornais prejudicou o jornalismo de qualidade mais do que a Tribune Company’, afirmou Adam Green, porta-voz da MoveOn Media Action. Ele disse que a campanha contra a companhia iria continuar e serviria de ‘lição para a indústria inteira – a forma certa de se conquistar leitores é investir em um jornalismo forte, e não neutralizar a vigilância diminuindo a equipe do jornal’. Informações de Katharine Q. Seelye [The New York Times, 26/12/05].