A crer em suas palavras, ele jamais disparou uma única bala ou sequer ficou ‘por um segundo sequer numa trincheira’ do jihad (guerra santa) contra os Estados Unidos da América. No entanto, o homem que se autodenominava ‘Irhabi007’ – um trocadilho da palavra ‘terrorista’, em árabe, com o codinome de James Bond – era muito mais importante do que qualquer militante armado ou homem-bomba suicida no Iraque. Ele era o responsável pelo jihad na internet.
Ao fazê-lo, Irhabi007 foi uma figura central para possibilitar a reconstituição da al-Qaida após a queda do Taliban e sua fuga do Afeganistão. A al-Qaida (‘a base’) e seus seguidores transferiram-se para o ciberespaço, definitivamente um território sem governo, no qual os adeptos do jihad criaram escolas virtuais para treinamento ideológico e militar e uma intensa propaganda armada.
Irhabi007 foi pioneiro em muitas das técnicas necessárias para que tudo isso acontecesse. Foi um webmaster infatigável no trabalho que dedicou a vários sites de extremistas, particularmente os que divulgavam declarações do falecido Abu Musab al-Zarqawi, líder da al-Qaida no Iraque. As agências de espionagem limitavam-se a assistir, impotentes, à habilidade com que Irhabi007 invadia computadores – apropriando-se, por exemplo, dp site do Departamento de Rodovias e Transporte (do estado) de Arkansas – para distribuir pesados arquivos de vídeos e ensinava seus companheiros ciber-jihadistas a proteger o anonimato online.
Provas de contatos
Apesar de sua celebridade, isso não bastava a Irhabi007. ‘Meu velho’, queixou-se a um colega ciber-jihadista (que se autodenominava ‘Abuthaabit’) durante um bate-papo cifrado na web, ‘meu coração está no Iraque.’
Abuthaabit: E como é que você vai fazer para ir para lá?
Irhabi007: Imagino que alguém tenha que estar lá!
Abuthaabit: Deixa que te diga que este trabalho de divulgação é muito, muito importante. Muito mesmo.
Irhabi007: Eu sei disso, eu sei.
Abuthaabit: Porque muito do dinheiro que os irmãos estão recebendo é porque ficam vendo coisas como estas. Imagine quanta gente foi para lá (para o Iraque) depois de ver a situação nos vídeos. E imagine também quantas dessas pessoas também podem se ter tornado shahid (mártires).
O desejo por uma ação concreta pode ter levado à sua queda. Ele não estava apenas envolvido numa rede de divulgação de propaganda do jihad, mas também, ao que parece, numa rede descentralizada de conspirações terroristas. Em outubro de 2005, a polícia prendeu, na Bósnia, um ciber-jihadista que se autodenominava ‘Maximus’ – um adolescente sueco descendente de bósnios chamado Mirsad Bektasevic. Ele e mais três outros foram posteriormente condenados a sentenças de até 15 anos de cadeia por planejarem ações que ocorreriam na Bósnia e em outros países europeus.
Entre o material apreendido no apartamento de Bektasevic, a polícia encontrou 19 quilos de explosivos, armas, um vídeo com instruções para fazer um colete-suicida e um vídeo com homens mascarados proclamando sua militância na ‘al-Qaida no norte da Europa’. Nesse micro, a polícia encontrou provas de contatos com outros jihadistas na Europa. Um deles era Irhabi007.
Alvos civis e militares
Dois dias depois, a polícia britânica deu uma batida num apartamento ao lado de um pub sujinho, em Shepherd’s Bush, na zona Oeste de Londres. Após uma discussão, prenderam Younis Tsouli. O ardiloso Irhabi007 vinha a ser, afinal, o filho de um representante do Turismo de Marrocos, de 22 anos, estudante de tecnologia de informática. Dois outros rapazes também foram presos na ocasião, embora Tsouli somente os conhecesse pela internet.
O julgamento de Tsouli e de seus co-réus – Waseem Mughal, inglês e formado em bioquímica (também conhecido como Abuthaabit), e Tariq al-Daour, estudante de direito e nascido nos Emirados Árabes –, no qual eles responderam às acusações de incentivar assassinatos e participar de conspirações de assassinatos, terminou este mês. O tribunal também foi informado sobre uma fraude, no valor de 1,8 milhão de libras esterlinas, praticada por Al-Daour por meio um cartão de crédito falsificado e utilizado para angariar fundos para comprar equipamento para grupos do jihad. Tsouli e Mughal utilizavam os números de cartões de crédito roubados para criar websites. Tsouli foi condenado a dez anos de cadeia e os outros dois receberam penas mais leves.
Ocorreram várias detenções na Dinamarca, onde um palestino de 17 anos, de origem palestina, foi condenado em fevereiro por seu envolvimento no plano de Bektasevic. Três outros foram considerados culpados, mas o veredicto do júri foi derrubado. Irhabi007 também foi acusado de estar vinculado a conspirações nos Estados Unidos: dois homens que moravam em Atlanta, estado da Geórgia, foram acusados de planejar atentados contra alvos civis e militares na região de Washington que incluíam o Capitólio, o Banco Mundial, o monumento maçônico em homenagem a George Washington e um depósito de gasolina. Segundo as acusações, os dois – Syed Ahmed, de 21 anos, e Ehsanul Sadequee, de 19 – teriam enviado a Irhabi007 fotografias dos alvos e também teriam viajado ao Canadá para se encontrar com outros conspiradores para discutir os ataques.
Uma informação essencial
Muitos detalhes ainda estão sujeitos a restrições judiciais. Mas essas investigações entrelaçadas destacam as palavras de Peter Clarke, chefe da divisão anti-terrorismo da polícia metropolitana de Londres, que em abril disse que seus agentes estavam enfrentando ‘redes dentro de redes, conexões dentro de conexões e vínculos entre indivíduos que envolvem fronteiras locais, nacionais e internacionais’.
À luz das tentativas, frustradas, de preparar carros-bomba em Londres e no aeroporto de Glasgow – supostamente por um grupo de médicos e paramédicos –, uma troca de mensagens encontradas no computador de Irhabi007, num arquivo denominado ‘jihad‘, revela uma leitura intrigante. Um trecho das mensagens dizia: ‘Somos 45 médicos e estamos dispostos a levar adiante o jihad, em nome de Alá, a levar a luta para dentro da América em decomposição, em nome de Alá’.
A mensagem revelava a intenção de preparar um ataque a uma base naval, aparentemente a base de Mayport, em Jacksonville, estado da Flórida, e pretendia conseguir a ‘destruição completa’ do porta-aviões USS John F. Kennedy, além de 12 barcos rebocadores, assim como detonar ‘clubes para mulheres peladas’ próximos à base. ‘O número previsto de porcos mortos é de 200 a 300’, dizia o autor – não identificado exceto pelo fato de se vangloriar de ter sido afastado do exército jordaniano. Garantia que teria o apoio de um piloto que daria cobertura aérea à operação, mas faltava-lhe uma informação essencial que pedia a Irhabi007 que obtivesse: um manual de como fazer carros-bomba. O FBI informou que investigara a conspiração, àquela época, e concluíra que não era ‘crível’.
‘Boletins de notícias’
De qualquer maneira, a capacidade que tem a internet de contribuir para o crescimento do terrorismo vem preocupando as agências de espionagem. Segundo uma estimativa feita em abril de 2006 pela agência National Intelligence, dos Estados Unidos, ‘o processo de radicalização vem ocorrendo de forma mais rápida, mais ampla e mais anônima nos tempos da internet, sugerindo a possibilidade de ataques-relâmpago por grupos desconhecidos cujos militantes e simpatizantes dificilmente são localizados’.
Tecnologias como telefones e máquinas de fax sempre foram rapidamente exploradas por terroristas. Mas a revolução da informática é particularmente útil para eles. A começar pela comunicação cifrada, tanto na forma de mensagens por e-mail, quanto, e preferivelmente, pelo sistema ‘voz-sobre-áudio da internet’, o que torna muito mais difícil para a polícia a tarefa de monitorar suas atividades. As mensagens podem ser camufladas, por exemplo, através de fotografias aparentemente inocentes.
Mais importante ainda, a internet fornece aos jihadistas um meio ideal para propaganda, proporcionando o acesso a grandes audiências, livre da censura dos governos ou de filtros de mídia e preservando cuidadosamente o anonimato. Sua capacidade de pôr em contato grupos distintos do jihad cria a impressão de um movimento islâmico global empenhado em defender a ummah (comunidade) global de um inimigo comum. E proporciona a possibilidade de participar do jihad, a um risco relativamente baixo, a simpatizantes do mundo inteiro.
A facilidade e o baixo custo do processamento de palavras, fotografias, som e vídeo não somente criou a era do jornalista-cidadão, mas também a do jornalista-terrorista. Atualmente, a al-Qaida divulga regularmente ‘boletins de notícias’, com um homem com um capuz num estúdio enumerando os acontecimentos nas diversas frentes do jihad – do Iraque ao Afeganistão, da Chechênia à Palestina. Relatórios impressos atualizam periodicamente o número de norte-americanos mortos (cerca de dez vezes superior ao número de mortos divulgado pelo Pentágono).
YouBombit.com
Cenas de batalha, com jipes norte-americanos sendo explodidos ao som de Allahu Akbar! (Deus é grande!), aparecem na internet minutos após os ataques. Muitas vezes, as cenas de maior apelo popular são reproduzidas em filmes, com trilhas sonoras compostas por corais masculinos cantando canções como ‘A caravana dos mártires’. Os jihadistas até lançaram um vídeo-game para computador, ‘A noite em que Bush foi preso’, no qual os jogadores matam soldados norte-americanos e atiram contra o presidente dos Estados Unidos. Como não poderia deixar de ser, segundo especialistas os jihadistas já começaram a criar ‘moradores’ no mundo virtual Second Life.
Assim como as fantasias de guerra, também há, às vezes, uma dose de satisfação sexual. Uma gravação de vídeo feita pelo ideólogo Hamid al-Ali, do Kuwait, destaca que um mártir da causa do jihad vai para o paraíso, onde desfruta de comida e bebida deliciosas, assim como de uma mulher que irá ‘enlouquecer o seu juízo’, além de muitas outras coisas; aparentemente, sua vagina ‘nunca se queixa de sexo demais’ e ela ressurge como virgem.
A internet está inundada de comunicados emitidos por grupos de insurgentes vangloriando-se de seus êxitos ou denunciando grupos rivais. Mesmo as personalidades mais procuradas, como Ayman al-Zawahiri, número 2 na hierarquia da al-Qaida, produzem periodicamente depoimentos em vídeo comentando os acontecimentos políticos em poucos dias.
Resumindo, a câmera de vídeo manual tornou-se uma ferramenta importante para a insurreição, assim como o rifle AK-47 ou o lança-mísseis RPG. Como disse certa vez o próprio Zawahiri numa carta, interceptada, que escreveu a Zarqawi, ‘mais da metade desta batalha está sendo travada no campo da mídia’. Ou, como explicava uma revista do jihad encontrada no computador de Irhabi007, ‘filme tudo, grave tudo; esse é um bom conselho para todos os mujahidin (guerreiros sagrados). Irmãos, não desprezem a fotografia. Vocês devem ter consciência de que cada fotograma que vocês disparem é tão importante quanto um míssil lançado contra o inimigo Cruzado e seus títeres’. Pouco antes de ser preso, Irhabi007 tinha montado um site para compartilhar vídeos do jihad que ele esperava que viesse a rivalizar com o YouTube. Chamou-o YouBombit.com.
Sobre treinamento e camelos
A estrutura descentralizada da internet – devido à sua origem em redes militares projetadas para sobreviver a ataques nucleares – proporciona agora às redes do jihad uma tremenda elasticidade. Sites do jihad aparecem e desaparecem constantemente, às vezes tirados do ar pelos provedores para reaparecerem em qualquer outro lugar, às vezes deliberadamente retirados para continuarem à frente dos investigadores. Segundo um perito, ‘é como aquele velho jogo do Invasores do Espaço. Quando você limpa uma tela de atacantes em potencial, outra tela simplesmente toma o lugar daquela’.
O número de sites extremistas vem crescendo de forma exponencial – de uma meia dúzia no ano 2000 para alguns milhares em 2007. Alguns são ostensivamente militantes, enquanto outros deixam o jihad em segundo plano para exaltar uma piedade puritana, conhecida como ‘salafismo’ – um movimento baseado nos primeiros seguidores do profeta Maomé que considera degenerado o islamismo que posteriormente se desenvolveu. A maioria dos sites é em árabe, mas alguns já estão traduzindo para inglês, francês e outros idiomas, para ampliar suas audiências.
O material mais procurado na internet são os manuais militares – livros, filmes ou slides em PowerPoint – que dão instruções sobre inúmeros assuntos, como armas, técnicas de assassinato, preparo de venenos e fabricação de explosivos. No entanto, as agências de espionagem dizem que nada supera a experiência prática, como num lugar como o Iraque ou, pelo menos, um campo de treinamento. Nas últimas tentativas de atentado em Londres e em Glasgow, por exemplo, os atacantes visivelmente não souberam preparar direito seus carros-bomba, embora muitos dos suspeitos tivessem educação superior.
Entretanto, publicações eletrônicas da internet como a enorme – e constantemente atualizada – Encyclopedia of Preparation, ou revistas eletrônicas como a Tip of the Camel’s Hump (Topo da Corcova do Camelo), ambas encontradas no computador de Irhabi007, tornam mais fácil aos grupos iniciantes a possibilidade de participar no terrorismo. A divisão anti-terrorista holandesa, que divulga muitos de seus estudos sobre o extremismo, conclui que a existência de campos de treinamento virtuais ‘tem o efeito de baixar o limiar de acesso a comandos de atentados’.
Redobrar os cuidados
Muitos dos sites do jihad colocam suas informações e discussões mais inflamadas em áreas protegidas por senhas. Ali, os participantes podem ser gradualmente treinados, convidados a participar de discussões mais confidenciais, conduzidos a entrevistas, doutrinados e, finalmente, recrutados para a causa.
Mas o próprio anonimato que a internet concede aos jihadistas também pode funcionar contra eles, pois permite que a polícia e as agências de espionagem entrem no mundo do jihad sem serem identificadas. Muitos dos comunicados enviados a fóruns da rede são repletos (e com razão) de frases paranóicas indagando sobre quem está por ali observando. Um longo comunicado colocado num site sírio do jihad em 2005, intitulado ‘Conselho aos Irmãos em busca do Jihad no Iraque’, dizia que recrutas sem experiência que tivessem a oferecer apenas ‘entusiasmo ou amor impulsivo pelo martírio’ não seriam mais bem-vindos. Ao invés disso, os mujahidin precisavam de dinheiro e de combatentes experientes, mas ninguém deveria achar que as estradas do contrabando na Síria eram seguras. Recomendava que se comunicassem sigilosamente, por meio de fontes de confiança em mesquitas, e não na internet, destacando que ‘este fórum, como muitos outros, está sendo vigiado; qualquer informação, obviamente, deixa de ser sigilosa, portanto as pessoas com quem vocês se encontram ou se correspondem em fóruns não são confiáveis’.
Universidade aberta
Os colaboradores com sites do jihad recebem constantemente orientações para que não divulguem segredos. No ano passado, quando veio à tona a notícia da prisão de Irhabi007, muitos dos comunicados enfatizavam a necessidade de aumentar os cuidados na web. Um deles, assinado por ‘Bard17’, alertava: ‘Confie em Alá, mas amarre seu camelo.’
Um dos mais engenhosos estrategistas da al-Qaida é Abu Musab al-Suri. Atualmente, encontra-se preso pelos norte-americanos, mas seu livro Convocação Global Islâmica à Resistência, de 1.600 páginas, sobrevive. Recomenda que sejam criadas no Ocidente células terroristas independentes, autônomas, sem vínculos direitos com grupos já existentes, para cometer ações espetaculares.
Para muita gente que estuda os sites do jihad, entretanto, o perigo maior está na doutrinação. O serviço de espionagem holandês (AIVD) considera a internet o ‘compressor que turbina’ a radicalização do jihad. Stephen Ulph, professor titular da Fundação Jamestown, um instituto de pesquisa norte-americano que monitora o terrorismo, diz que a internet oferece uma universidade aberta aos jihadistas. Mais de 60% do material disponível em sites do jihad não trata de notícias da atualidade ou de vídeos sobre a guerra e, sim, de questões ideológicas e culturais. A guerra dos jihadistas, diz Ulph, é menos contra o Ocidente do que ‘uma guerra civil pelas mentes dos jovens muçulmanos’. Nesse processo de radicalização, ‘os mujahidin atraem o simpatizante não-engajado, afastam-no de seu ambiente social e intelectual, subvertem sua auto-imagem de muçulmano praticante, apresentam-no ao que chamam de ‘verdadeiro Islã’, reescrevem a história em termos de um conflito infindável, centralizam o jihad como sua identidade islâmica e dão-lhe treino não apenas militar, mas social e psicológico’.
Um reservatório permanente
Um texto-chave é um livro eletrônico muito procurado, Perguntas e Incertezas Relativas aos Mujahidin e suas Operações, que busca armar os jihadistas com perguntas, respostas e dúvidas sobre suas ações, num espectro que vai da permissão de matar muçulmanos ao uso de armas de destruição de massa e à aceitação de raspar a barba em nome do jihad. ‘É importante que não sejamos distraídos pelo foco nas organizações, subestimando o lado ideológico’, afirma Ulph.
Esse ponto é destacado num estudo feito pelo Centro de Combate ao Terrorismo, da academia militar norte-americana de West Point, que tentou ‘mapear’ as influências ideológicas mais importantes por meio de um levantamento feito de citações de documentos do jihad na internet. Em primeiro lugar vem Ibn Taymiyya, um estudioso que viveu na Idade Média, à época das invasões mongóis. Ele lutou pela volta do Islã à fé pura dos seguidores de Maomé, defendeu o jihad contra invasores estrangeiros e ensinou que os líderes mongóis que se converteram ao islamismo não eram verdadeiros muçulmanos porque não acatavam a charia (lei islâmica). Essas idéias batem com as idéias dos atuais jihadistas, para quem os norte-americanos são os novos mongóis.
Osama bin Laden não consta entre os dez nomes mais citados – mesmo entre escritores modernos. Abu Muhammad al-Maqdisi, o ideólogo que se encontra preso na Jordânia (e que inspirou Zarqawi de forma direta), é considerado uma autoridade superior. E o onipresente propagandista na internet Zawahiri, que muitas vezes é considerado o verdadeiro cérebro por trás da al-Qaida, nem aparece no universo intelectual dos jihadistas.
As agências de espionagem ocidentais penteiam a internet em busca de vestígios de novos atentados terroristas, mas têm poucos recursos ou vontade de desafiar uma ideologia mais ampla. Numa rede global, fora do controle de quaisquer governos, as tentativas de fechar sites extremistas significam pouco mais do que um ligeiro estorvo. O que é necessário é uma campanha sistemática de contra-propaganda – prioritariamente de apoio aos governos muçulmanos aliados e a muçulmanos moderados – para tentar recuperar o terreno que foi cedido aos jihadistas.
‘As agências de espionagem tratam do problema quando as pessoas se manifestam, de fato, como terroristas’, diz o professor Bruce Hoffman, um perito em terrorismo da Universidade de Georgetown. ‘Temos que descobrir uma forma de estancar o fluxo. A internet cria um reservatório permanente de pessoas radicais que podem ser presas fáceis para grupos terroristas.’
Irhabi007 pode estar desconectado da internet, mas outros continuam ligados. Entre os mais engenhosos está uma pessoa que navega pela rede com o nome – é verdade – de Irhabi11.