Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Verizon compra AOL por US$ 4,4 bilhões

A operadora norte-americana Verizon anunciou na terça-feira (12/5) a compra da companhia de conteúdo online (e antiga provedora de Internet) AOL por estimados US$ 4,4 bilhões, ou US$ 50 por ação. Em comunicado, a tele afirmou que a transação permitirá conduzir sua estratégia em vídeo em LTE e vídeo over-the-top (OTT), além de “suporte e conexão” para as plataformas de Internet das Coisas (IoT) da companhia.

Entre os empreendimentos da AOL, estão as plataformas de publicidade online. Com a fusão, a ideia é criar uma plataforma ampla e mobile-first (ou seja, pensada para ambiente móvel) para endereçar um mercado global estimado em US$ 600 bilhões pela empresa eMarketer. Outros ativos da AOL são a base de usuários (incluindo clientes que ainda utilizam o Instant Messenger da companhia), conteúdo de vídeo e os portais de notícias Huffington Post, TechCrunch, Engadget, Makers e AOL.com.

A transação acontecerá como uma tender offer, seguida da consolidação. Assim, a AOL virará uma subsidiária da Verizon ao final do processo, que deverá ainda receber as aprovações regulatórias de costume. Espera-se que a aquisição seja finalizada ainda na metade do ano (verão no hemisfério norte).

Fracasso passado

A aquisição da AOL pela Verizon parece ser uma grande operação, mas não é quase nada se comparada ao maior fracasso da história das grandes fusões e aquisições em telecomunicações, protagonizado pela própria AOL. Em 2000, a empresa, que na época era a maior empresa de provimento de acesso discado do mundo, comprou o grupo Time Warner, dono de um grande portfólio de conteúdos (entre eles a Turner, a CNN e os estúdios Warner) e também (na época) de uma expressiva rede de cabos nos EUA, por nada menos do que US$ 160 bilhões. A AOL valia, à época, cerca de US$ 230 bilhões e era uma das maiores estrelas da Internet, numa época conhecida pela bolha das pontocom na bolsa Nasdaq.

Mas a bolha das pontocom logo estourou e a fusão com a Time Warner foi pelo ralo, pelo menos em termos de sinergias e integrações prometidas. Nenhum, ou quase nenhum serviço da Time Warner foi integrado à AOL e vice versa. As ações da AOL despencaram e passaram a valer um décimo do valor em seu auge. A empresa se viu forçada a reconhecer em balanço uma perde da US$ 100 bilhões com a compra da Time Warner, que se tornou então a controladora da AOL até que no final de 2009 esta voltou a ser uma empresa independente, assim como havia acontecido com a Time Warner Cable, a empresa de TV a cabo e banda larga do grupo, separada da Time Warner no começo daquele mesmo ano.

Um detalhe interessante da AOL é que ela até hoje tem receita com internet discada, faturando anualmente cerca de US$ 180 milhões com esse serviço nos EUA, onde tem cerca de 2 milhões de clientes, a maior parte em regiões rurais e não servidas por banda larga.