Primeiramente, vamos compreender bem: comunicação não é marketing; é uma de suas ferramentas. Acredito no conceito genérico de que marketing é ‘fazer você comprar de mim’ e a comunicação, portanto, seria um elemento poderoso para se vender um produto, serviço, uma idéia ou mesmo um perfil. Uma vez que rapidamente diferenciamos marketing e comunicação, vamos tentar esclarecer o que é realmente a Web 2.0. Trata-se, na verdade, de uma nova forma de utilização da internet privilegiando a interatividade e a inteligência coletiva sobre a inteligência individual. Isso acaba gerando um conhecimento coletivo à disposição da humanidade. Os grandes pontos de partida para este processo, sem dúvida, foram o Orkut e o Wikipédia, espaços com amplo conteúdo gerado espontaneamente pelos internautas.
Bom, e agora o que esta tal de Web 2.0 tem a ver com tudo isso? Fala-se muito e aposta-se muito nela como o diferencial do mundo virtual e uma das maiores revoluções da rede mundial de computadores desde a sua popularização, na segunda metade dos anos 90.
Mas independente do ponto de vista, a Web 2.0 pode realmente fazer a diferença: para melhor ou para pior. A definição sobre qual caminho será trilhado vai depender, aí sim, da forma como a Web 2.0 será utilizada. Caso seja entendida pelas organizações, empresas e canais convencionais de comunicação como uma poderosa fonte de informação, ou mesmo como um fomentador de idéias e soluções para o trabalho de profissionais, conselhos gestores e administrativos, acredito que esta nova etapa de utilização da internet pode ser entendida como revolucionária.
70 mil blogs por dia
No entanto, caso a enxurrada de dados, dicas, sugestões e encaminhamentos forem totalmente tomados ao pé da letra, sem um tratamento profissional e crítico que pressuponha uma espécie de processo de triagem, a coisa pode desandar, ou seja, o potencial da Web 2.0 pode, neste caso, fazer ruir um empreendimento, um negócio ou mesmo a carreira de um profissional liberal, artista ou atleta.
Mas não há dúvidas de que a Web 2.0 deu nova vida para a comunicação e o marketing das empresas e organizações. Na comunicação, possibilitou a geração de conteúdo espontâneo por parte dos até então receptores e a criação de canais independentes de informação (os blogs). Os veículos de comunicação, que antes eram os emissores primários (apenas receptores de feedback), passaram a ser também receptores de novos conteúdos e informações. No caso da imprensa, é claro que todo mundo não virou jornalista, mas é inegável que o conhecimento coletivo está pautando o jornalismo convencional. Basta ver os canais interativos criados para envio de conteúdo em portais, jornais virtuais, revistas, emissoras de TV e de rádio e também em jornais convencionais.
Os blogs, inclusive, foram adotados pelos jornalistas como fonte de informação. Alguns são sucesso absoluto em acessos e participação. Já em 2006, eram criados diariamente mais de 70 mil blogs e estima-se que atualmente aproximadamente metade dos usuários da internet os acessem sistematicamente.
Inteligência e seletividade de informações
Para a administração de marketing, a Web 2.0, corretamente utilizada, é realmente revolucionária. Posts em blogs conceituados já levaram expressivas empresas a alterar campanhas e até produtos em função de impactos em públicos específicos não previstos em estudos estratégicos iniciais. Alguns executivos estão criando e trabalhando com seus próprios blogs, que funcionam como uma espécie de instrumento de pesquisa, de consulta ou como termômetro de mercado.
Estes são apenas alguns exemplos do potencial da Web 2.0. Na verdade, a cada dia que passa as organizações se adaptam melhor às vantagens da sua utilização. Isso referenda objetivamente esta nova utilização da internet como elemento oxigenador da comunicação e do marketing. Pode, inclusive, apontar soluções rápidas para problemas aparentemente duradouros. A única dica para as organizações é trabalhar com inteligência, seletividade e checagem de informações. Buscar consultorias de empresas especializadas em novas mídias nunca é demais. E não esquecer: a Web 2.0 pode fomentar muitas e brilhantes idéias, mas quem conhece o seu trabalho é você e sua equipe.
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Diretor da Master Case Digital Business e especialista em Marketing Digital e em Gestão Empresarial