Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Prêmio Anna Politkovskaya 2012

[do release da organização RAW in WAR]

O domingo (7/10) marcou o sexto aniversário do assassinato da jornalista investigativa russa Anna Politkovskaya. Até hoje, os assassinos e os mandantes do crime ainda não foram levados à justiça [ver aquio que este Observatório publicou sobre o caso].

Na sexta-feira (5/10), a organização de direitos humanos RAW in WARanunciou a ganhadora da edição 2012 do Prêmio Anna Politkovskaya, láurea criada para reconhecer as mulheres que defendem os direitos humanos em zonas de guerra e conflito, muitas vezes com grande risco pessoal. O prêmio foi para a repórter americana Marie Colvin, a valente correspondente de guerra do Sunday Times de Londres, que foi morta na Síria.

Marie Colvin receberá postumamente o prêmio por sua coragem, integridade e paixão para dar voz às mulheres, crianças e comunidades marcadas pela violência e horrores do conflito e da guerra. Ela cobriu algumas das piores zonas de conflito do planeta, como Serra Leoa, Chechênia, Kosovo, Sri Lanka, Timor Leste e o coração da Primavera Árabe.

Marie Colvin foi morta em 22 de fevereiro de 2012, na Síria, ao trazer ao mundo a verdade sobre a matança de civis por parte do governo. Ela falou a verdade para
o poder e, assim como Anna, e pagou por isso com a vida.

Marie fez muito mais do que simplesmente reportar histórias de violência. No Timor Leste, em 1999, ela participou do salvamento de 1.500 mulheres e crianças que corriam risco de vida, sitiadas por forças apoiadas pela Indonésia. À época, ela se recusou a deixar a zona de conflito até que o grupo foi evacuado com segurança, quatro dias depois.

Não foi nenhuma surpresa que a jornalista tenha desafiado a proibição das autoridades sírias à entrada de jornalistas estrangeiros no país, em uma tentativa do governo Bashar al-Assad de assegurar que o mundo não tomasse conhecimento dos massacres de civis que até hoje são perpetrados naquele país. Marie perdeu a vida quando o exército do governo sírio bombardeou o prédio que ela e outros jornalistas usavam como um centro de mídia improvisado.