Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Nos EUA, usuários de sites pornôs são monitorados

Quase 900 milhões de usuários de internet foram monitorados por centenas de empresas de publicidade e de internet quando visitaram sites pornográficos durante este verão americano, disse a Ghostery, que rastreia esse tipo de monitoração na internet. Entre os detalhes monitorados estão informações sobre o “localizador de recursos uniforme” (URL, na sigla em inglês) do site visitado, quanto tempo a pessoa ficou no site e quantos “cliques” foram feitos.

Em meio ao grande debate em pleno andamento sobre privacidade digital, as preocupações das centenas de milhões de usuários de internet que visitam sites pornôs resumem-se a uma questão: se essas atividades são monitoradas e se podem ser usadas para que se emitam juízos sobre eles. Defensores da privacidade temem que os detalhes das visitas a sites para adultos possam ser incorporados aos amplos dossiês que empresas de dados, de publicidade e de web criam sobre indivíduos e muitas vezes são usados, entre outros fins, para personalizar os anúncios e conteúdo que eles veem. Estima-se que os sites pornôs sejam 15% da internet.

Uma empresa de cartão de crédito, por exemplo, poderia optar por não direcionar anúncios a uma pessoa que visite com frequência sites pornográficos, por julgar que se trata de um cliente de maior risco. Uma empresa de apostas, por outro lado, poderia direcionar mais anúncios a pessoas que passam várias horas em sites para adultos, interpretando que elas têm mais tendências a vícios.

Segundo dados da Ghostery, 869 empresas de monitoração foram encontradas em sites para adultos. A maioria delas também reúne informações sobre as atividades das pessoas na internet como um todo. Os números são baseados em dados coletados entre junho e agosto deste ano sobre a atividade online de pessoas que optaram por fazer parte do GhostRank, da Evidon.

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Emily Steel, do Financial Times, em Nova York