A retirada de textos de colunistas do jornal “El Universal”, em sua maioria críticos do governo, gerou polêmica na Venezuela, apesar de que a nova direção da empresa garante que as mudanças têm relação com o novo código de ética e manual de estilo do diário.
O “El Universal”, um dos principais jornais do país, foi vendido no mês passado para o grupo espanhol Epalisticia. Após a compra, foram feitas algumas alterações nas páginas de opinião. Artigos e caricaturas do famoso cartunista Rayma deixaram de ser publicados.
A associação de trabalhadores dos meios de comunicação venezuelanos denunciou nesta quarta-feira que 26 colunistas, a maioria adversários do governo de Nicolás Maduro, foram “censuradas” e “retirados” das páginas do “El Universal” nos últimos dias. O jornal, alinhado há mais de um século com a direita venezuelana, negou censura.
Novas regras
O jornal justificou a decisão de não publicar os textos de alguns de seus escritores e cartunistas, muitos deles há anos ou décadas colaborando com o diário, pela vigência de “um código de ética que proíbe ofensas pessoais, descrédito, informação falsa e mentiras”.
As mudanças na seção de opinião do “El Universal” provocaram intensa controvérsia, especialmente nas redes sociais, e questionamentos de ativistas e jornalistas que manifestaram preocupação com a situação.
“Nos últimos dias, tem havido uma série de inconvenientes na seção de opinião do El Universal a partir da entrada em vigor de novas regras para o tratamento de artigos”, disse o jornal na terça-feira em um editorial, reconhecendo que evitou publicar alguns artigos porque “não respondem ao código de ética”. (Com agências internacionais)