Veículos de comunicação de todo o mundo divulgaram ontem em seus websites, simultaneamente, capas e charges do semanário francês alvo de um ataque terrorista que matara 12 pessoas na véspera. Jornais e emissoras franceses, por sua vez, ofereceram ajuda aos profissionais do Charlie Hebdo.
A publicação global dos trabalhos do veículo francês foi coordenada pela ONG Index of Censorship e teve, no Brasil, a participação do jornal Folha de S.Paulo. Outras entidades em defesa da liberdade de expressão, como a Repórteres Sem Fronteiras, também apoiaram a ação.
Na França, o jornal Liberatión anunciou que hospedará os jornalistas do Hebdo a partir de hoje. Le Monde, a estatal Radio France e as emissoras de TV francesas também ofereceram ajuda. “Confrontados com o horror, Radio France, Le Monde e as TVs francesas fornecerão ao Charlie Hebdo e seus funcionários os meios materiais e humanos que ele precisa para continuarem”, disseram os veículos em um comunicado conjunto. Le Canard Enchaîné, outro jornal satírico francês, disse que ajudará os funcionários do Charles Hebdo a continuarem com seu trabalho, “queiram os bárbaros ou não”.
Os sobreviventes do massacre se reuniram no mesmo dia do atentado para discutir o futuro do jornal e decidiram continuar com o semanário. A próxima edição, a ser publicada no dia 14, será mais enxuta, com oito páginas em vez das tradicionais 16. Porém, a tiragem aumentará das atuais 60 mil cópias para 1 milhão. “Vai ser duro continuar”, disse Patrick Pelloux, colunista do Charlie Hebdo, em entrevista à rede iTele. “Nós não devemos desistir”, afirmou, antes de começara a chorar (com agências internacionais).