Uma verdadeira afronta aos jornalistas brasileiros, é como pode ser caracterizada a lista produzida pela Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), que pode ser baixada aqui. Um trabalho mal feito, cheio de erros de digitação, faltando nomes e de difícil consulta, tudo isso em plena era tecnológica.
A entidade, que diz defender os direitos dos jornalistas brasileiros, elaborou a lista com base nos registros realizados pelo Ministério do Trabalho e Emprego. A relação é composta por jornalistas diplomados e sem diploma, estes preconceituosamente designados como precários. Os profissionais precários são aqueles que tiveram seus registros liberados por força de liminar judicial e que ainda dependem de decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) para continuarem a exercer os trabalhos de jornalista. Até aí, tudo bem, misturaram precários com diplomados, sem problema algum, já que somos todos iguais perante a lei. O problema é a incapacidade que os dirigentes da Fenaj demonstraram ao elaborar a lista, uma vergonha para quem defende que só jornalistas diplomados têm o direito de exercer a profissão.
Para a Fenaj, que deve ser mantida pelas faculdades de Jornalismo, os precários são ‘menos competentes’ pelo simples fato de nunca terem entrado em uma sala de universidade e aprendido as regras para se fazer jornalismo no Brasil. Competentes, para a Fenaj, são os diplomados que por sinal são defendidos com unhas e dentes pela Federação dos Jornalistas.
Como jornalista, aliás, precário, sou a favor da exigência do diploma para exercício da profissão de jornalista, mas não como a Fenaj deseja, na força bruta e com o terrorismo ideológico que ela faz contra os jornalistas não diplomados. É importante termos profissionais capacitados e a maioria das faculdades faz isso, mas temos que levar em consideração que muitos de nós, são extremamente competentes e só não fizeram a faculdade porque jornalista neste país ganha muito mal e faculdade nem sempre é para todos.
******
Jornalista, Araçatuba, SP