As mulheres são quase metade da população economicamente ativa no Brasil. Mesmo assim, ainda convivem com problemas como a dupla jornada de trabalho e um baixo salário médio, que representa apenas 70% do que os homens recebem. Problemas como esses são ignorados pelos jornais brasileiros. Segundo o estudo “Análise da Cobertura da Imprensa sobre Mulheres e Trabalho”, em 2010 apenas 9% do noticiário tratou da questão salarial e só 15% cobriu o acúmulo de atividades no ambiente profissional e doméstico.
Em sua maioria, os 450 textos analisados se concentram em trajetórias profissionais bem sucedidas (28,54% das matérias) e em questões genéricas do mercado de trabalho (24,94%) – como dificuldade de acesso ao emprego e desemprego. A pesquisa é a segunda de uma série de levantamentos realizados pela Andi – Comunicação e Direitos e pelo Instituto Patrícia Galvão, no âmbito de projeto desenvolvido com o Observatório Brasil da Igualdade de Gênero, da Secretaria de Políticas para as Mulheres do Governo Federal.
Os resultados completos serão debatidos no seminário “Imprensa e Agenda de Direitos das Mulheres – uma análise das tendências da cobertura jornalística”, organizado pela Secretária de Políticas para as Mulheres. O evento reunirá em Brasília, no dia 3 de outubro, profissionais de imprensa e especialistas na agenda de equidade de gênero. Será realizado no auditório do anexo I do Palácio do Planalto. As inscrições devem ser feitas aqui.