Monday, 04 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1312

A Globo entra para o Clube da Crítica

‘Mídia de Todos, Mídia Para Todos’ – este foi o mote da 4ª Cúpula Mundial de Mídia para Crianças e Adolescentes, que realizou-se no Rio de Janeiro entre os dias 19 e 23 de abril. Um sucesso em todos os sentidos – pela qualidade dos participantes, pela programação e, sobretudo, pela repercussão.

Neste item é preciso ressaltar a contribuição do Grupo Globo – com inserções diárias em horário nobre no Jornal Nacional e a generosa cobertura nas paginas do Globo. Não são muitos os eventos relacionados com a mídia que merecem tal tratamento.

E, no entanto, as Cúpulas Mundiais têm na sua origem e objetivos um forte componente crítico no tocante ao papel da TV comercial. Ao discutir a qualidade do material televisivo que se oferece ao público infanto-juvenil em todo o mundo, impossível ignorar a programação comercial, seus efeitos daninhos e danosos.

As últimas edições do Observatório da Imprensa (20/4), na TV e na internet, a Urn@ Eletrônica veiculada por ambas, bem como algumas das intervenções durante o evento, ilustram a natural tendência de examinar a mídia infanto-juvenil como o exemplo mais gritante dos desserviços prestados pelas redes comerciais à sociedade. E a Rede Globo, apesar dos seus padrões profissionais, não é exceção em matéria de conteúdo e horários.

Como explicar, então, o tratamento VIP que a 4ª Cúpula mereceu?

Quaisquer que sejam as razões, vislumbra-se claramente uma nova estratégia da rede que poderia ser designada como ‘cívico-social’ – e explica uma série de ações recentes. Nada contra. A Globo é bem-vinda ao Clube dos Críticos, a entrada é franca. O único compromisso é com a coerência.