O primeiro aviso foi dado pelo jornalista Elio Gaspari no domingo (5/8), na segunda-feira este Observatório fez soar os alarmes [ver ‘Imprensa silencia sobre o caso‘] e só na terça (7) a mídia entrou pesado no caso dos boxeadores deportados secretamente pela Polícia Federal para Cuba, no sábado.
Tarde demais, os fugitivos (arrependidos ou não) já estão numa ‘Casa de Visitas’ de Havana e o atleta cubano jogador de handebol, que conseguiu ficar no Brasil, advertiu na terça-feira que eles não terão vida fácil.
A verdade é que a nossa mídia comeu mosca. Por três razões: primeira, porque a cobertura de tudo o que ocorreu durante os Jogos Pan-Americanos foi empacotado nos cadernos esportivos dedicados ao evento; segunda, porque jornalistas esportivos só se ocupam de eventos esportivos e o Pan acabou uma semana antes; em terceiro lugar, porque nossas redações na quinta e sexta estão ocupadas em adiantar as edições de sábado, domingo e segunda.
Comodismo profissional e vícios empresariais da nossa imprensa foram os protagonistas de uma história que, de qualquer forma, deixa mal a hospitalidade do Estado brasileiro.
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Em tempo: a Folha de S.Paulo publicou no sábado (4/8) em seu caderno esportivo (pág. D-2) uma matéria intitulada ‘Polícia e empresário divergem sobre cubanos’. Essa é uma matéria que deveria estar obrigatoriamente nas páginas políticas ou policiais. De esporte não tem nada.