Friday, 27 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Al-Qaeda oferece dinheiro pela morte de desenhista

A al-Qaeda no Iraque ofereceu US$ 150 mil para quem cortar a garganta do cartunista sueco Lars Vilks, autor de um cartum do profeta Maomé, e US$ 50 mil pela morte do editor-chefe Ulf Johansson, por ter permitido a publicação do cartum no jornal Nerikes Allehanda. O desenho, divulgado em agosto, representava Maomé como um cachorro, e foi considerado um insulto ao Islã pelos governos do Irã, Egito e Paquistão.

O grupo, que também se autodenomina Estado Islâmico do Iraque, fez ameaças de ataques a grandes firmas suecas como a Ericsson, a Scania, Volvo, Ikea e Electrolux, se não for feito um pedido de desculpas pelo cartum. A imprensa sueca condenou as ameaças, que foram divulgadas no fim de semana, pela internet, em uma declaração em nome da organização assinada pelo xeque Abu Omar al-Baghdadi. ‘Nós vivemos em um país onde a liberdade de expressão não é ditada por fundamentalistas ou por governos’, escreveu o editor-chefe do jornal Dagens Nyheter, Thorbjoern Larsson, em editorial.

O primeiro-ministro da Suécia, Fredrik Reinfeldt, pediu calma e ‘reflexão’ depois de conversar com líderes islâmicos locais. ‘Nós pedimos por calma, pedimos por reflexão, refutamos estes pedidos por violência e qualquer tentativa de agravar esta situação’, afirmou o líder conservador à agência de notícias TT.

Protestos

O cartum de Vilks mostrava a cabeça do profeta Maomé em um corpo de cachorro, e de imediato provocou protestos de muçulmanos na cidade de Örebro, onde fica a redação do jornal. O Islã considera blasfêmia idolatrar imagens; qualquer representação de Maomé é estritamente proibida.

Foi por esta razão que, há mais de um ano, cartuns do profeta publicados pelo maior diário da Dinamarca, o Jyllands Posten, causaram uma grande onda de manifestações em diversos países. Em um dos desenhos, Maomé usava um turbante em forma de bomba. Na ocasião, a embaixada da Dinamarca em Damasco e seu consulado em Beirute foram incendiados, e a comercialização de produtos dinamarqueses em alguns países de maioria muçulmana chegou a ser proibida. Informações de Delphine Touitou [AFP, 16/9/07].