Nova York, 24 de agosto de 2006 – O apresentador de rádio guatemalteco Vinicio Aguilar Mancilla foi gravemente ferido ao ser baleado no rosto por agressores desconhecidos enquanto fazia jogging na Cidade da Guatemala, segundo informes da imprensa e entrevistas efetuadas pelo Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ). Aguilar estava se recuperando hoje, após ser submetido a uma intervenção cirúrgica.
Por volta das sete da manhã, dois indivíduos se aproximaram de Aguilar, apresentador de um programa diário de análise política na Radio 10, próximo de sua casa, segundo informou a imprensa.
O diretor da rádio, Oscar Rodolfo Castañeda, informou que falou com Aguilar e o jornalista contou que um dos agressores disse ‘este é o cara da rádio’, enquanto o outro disparou contra ele à queima-roupa. Aguilar foi ferido na mão e na boca por um tiro, e foi prontamente conduzido a um hospital local. Segundo a imprensa, os agressores, que fugiram em uma motocicleta, não tentaram roubar o jornalista. No hospital, Aguilar disse a jornalistas que desconhecia os motivos do ataque.
Castañeda disse ao CPJ que não tinha conhecimento de ameaças contra Aguilar, mas que a rádio havia sido ameaçada em repetidas ocasiões por informar sobre um julgamento que envolve a Avícola Villalobos, um dos conglomerados agrícolas mais importantes da América Central. A última ameaça aconteceu na manhã de terça-feira, quando um ouvinte ligou para a rádio e advertiu Castañeda, no ar, para que deixasse de informar sobre as acusações de evasão de impostos relacionadas ao caso. O ouvinte disse que Castañeda seria assassinado se não abandonasse o país em oito dias.
Castañeda também ressaltou que a Radio 10 foi vítima de um boicote econômico desde que iniciou a cobertura sobre o julgamento em que um dos fundadores da Avícola Villalobos acusou os atuais donos de fraude de impostos e lavagem de dinheiro. O caso tem recebido escassa cobertura na Guatemala.
‘Estamos alarmados pelo violento ataque contra nosso colega Vinicio Aguilar Mancilla’, disse o diretor-executivo do CPJ, Joel Simon. ‘Instamos as autoridades locais a investigar o ataque e levar os responsáveis a julgamento’.
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O CPJ é uma organização independente, sem fins lucrativos, sediada em Nova York, que se dedica a defender a liberdade de imprensa em todo o mundo