Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Assassino de repórter, prefeito é libertado

A viúva do comentarista de rádio assassinado Antonio de la Torre Echeandía está percorrendo um difícil e arriscado caminho em busca de justiça depois que a Suprema Corte do Peru revogou a condenação do prefeito local e de outros quatro acusados pelo assassinato, ocorrido em 2004, conta o CPJ em seu novo relatório ‘O prefeito e o assassino’ (A Mayor and a Murder).

O marido de Dina Ramírez Ramírez morreu após ser esfaqueado 10 vezes em uma rua em Yungay, uma pequena cidade na província de Áncash, no oeste do país. Depois da investigação policial e do julgamento, que se arrastou por dois anos, um grupo de juízes do Tribunal Superior condenou o prefeito local, Amaro León Leon, e quatro outros por planejarem e executarem o assassinato. Os juízes consideraram que o motivo – silenciar de la Torre, um constante crítico do prefeito – era apoiado por um bem documentado histórico de animosidade entre os dois e uma série de prévios ataques contra o jornalista e sua família.

Mas a Suprema Corte, instância máxima da justiça no Peru, liberou os acusados e revogou o veredicto em uma controversa decisão de 2006. Ramírez disse ao CPJ que ela e seus familiares começaram a receber bilhetes e telefonemas ameaçadores logo após a libertação dos acusados.

Número crescente de ameaças

Ramírez e um grupo local de liberdade de expressão, o Instituto Prensa y Sociedad (IPYS) estão agora apresentando uma queixa junto à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, sediada em Washington, alegando que o governo peruano violou o direito de de la Torre e sua família ao permitir ameaças, perseguições e, ao fim, que o assassinato permanecesse impune.

Desde 2004, o CPJ tem documentado uma crescente incidência de ameaças e ataques contra repórteres das províncias no Peru. ‘Para muitos jornalistas peruanos, então, o resultado do caso envolvendo de la Torre tem um grande significado’ escreveu a autora, a pesquisadora do programa das Américas do CPJ, María Salazar.

O relatório está disponível aqui, em inglês, e constará da próxima edição da revista do CPJ Dangerous Assignments. [Nova York, 30 de maio de 2007]

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O CPJ é uma organização independente, sem fins lucrativos, sediada em Nova York, e se dedica a defender a liberdade de imprensa em todo o mundo