Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Campanha contra terrorismo ameaça liberdade

A Organização das Nações Unidas propôs a jornalistas um código de ética voluntário, como parte de uma estratégia global contra o terrorismo. O código proíbe entrevistas com terroristas e desencoraja repórteres a usarem material de sítios e fontes que apóiam causas terroristas, noticia Betsy Pisik [The Washington Times, 12/5/06], e foi discutido pelos países-membros na Assembléia Geral da ONU, na semana passada.

O secretário-geral da organização, Kofi Annan, divulgou um relatório de 32 páginas que enfatizava a importância do papel da mídia no combate ao terrorismo ao se contrapor a ‘mensagens hipernacionalistas e xenófobas que glorificam o assassinato em massa e a ideologia do martírio’. ‘Estas recomendações têm origem em uma convicção fundamental compartilhada por todos nós: o terrorismo, em todas as suas formas e manifestações, cometido por quem quer que seja, onde e para quais propósitos, é inaceitável e não pode nunca ser justificado’, afirmou Annan.

Alguns grupos de jornalistas afirmaram estar desconfortáveis com a possibilidade das Nações Unidas se tornarem uma espécie de ‘monitora global’ do comportamento da mídia, e diversos países expressaram reservas semelhantes na sessão da semana passada. A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), com sede em Bruxelas, escreveu uma carta a Annan, alertando que o esforço ‘poderia abrir a porta para a interferência no trabalho da mídia’.